quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O macaco nem sempre tá certo

erra... 

por maneco nascimento

A falha é de humanos e sapiens, humanoides, macacos e outras variações dos que perderam o pelo, mas, por vezes, menos achada a melhor razão para ver além do mito das cavernas imergidas no
próprio umbigo.

"(...) A fofoca normalmente gira em torno de comportamentos inadequados. Os que fomentam os rumores são o quarto poder original, (...) Mas a característica verdadeiramente única da nossa linguagem (...) É a capacidade de transmitir informações sobre coisas que não existem. Até onde sabemos, só os sapiens podem falar sobre tipos e mais tipos de entidades que nunca viram, tocaram ou cheiraram. Lendas, mitos, deuses e religiões apareceram pela primeira vez com a Revolução Cognitiva (...) Essa capacidade de falar sobre ficções é a característica mais singular da linguagem dos sapiens."
          (Harari, Yuval Noah. Sapiens - Uma breve história da humanidade. Trad. Janaína          Marcoantonio. Porto Alegre RS: L&PM, 2017. 24 ed. 464 p.)

Todo modo, esse novo humano, o sapiens, que diz-se saltar para sapiens sapiens et al, também desempenha a desídia, o desespero de perder-se do paraíso que construiu à própria expensa de sobreviver sobre a própria ficção, e auto insufla-se em desvio de um assombroso temor de nunca recuperar-se da melancolia de decaído e regurgita sabores de saberes de verbetes, sem nunca abrir melhor percepção de que nem tudo que está no óbvio seria obviamente a verdade, que nem é absoluta, exceto para as crenças em Deus único, que filosofia que foge à compreensão cartesiana.

"É relativamente fácil concordar que só o Homo sapiens pode falar sobre coisas que não existem de fato e acreditar em meia dúzia de coisas impossíveis antes do café da manhã (...) mas a ficção nos permitiu não só imaginar coisas como também fazer isso coletivamente (...) Os sapiens podem cooperar de maneiras extremamente flexíveis com um número incontável de estranhos. É por isso que os sapiens governam o mundo (...)"
          (Idem)

Há ainda um outro mundo, graças a Deus, que parece correr por fora das doutrinas aparentemente cheias das melhores intenções e discursos (Retórica clássica - vide a história da humanidade) que se nos possam parecer luz no caos. Prefiro o caos, pois na horizontalidade de Nietzsche, que foi quem matou Deus (é preciso compreender linguagens para não afogar-se no erro da compreensão rasa da palavra), melhor seria o caos que gera potência e fuga de escadas de pregoeiros de verdades do próprio ego enrijecido.

Gosto das verdades mais democráticas e livres de engessados padrões e igrejinhas mortas. O saldo da humanidade - salto do macaco - nem seria melhor democrático no grupo dos justos de políticas de coletivos, mas no da desconfiança de toda coletividade que perde o poder individual das perguntas e das próprias respostas da filosofia primordial: reflexão que gera ruptura que gera reflexão.

Ainda digo que, mais fácil não é nem cortar o cabelo, quando a barra pesar, para nunca esquecer o Poeta, mas manter a mesma atitude mesmo de cabeça raspada pela ditadura das regras e padrões que definem, por excelência do discurso sapiens, que a ordem é a ordem e a lei das ordens de defesa dos privados seria causa de coletivo.

Fico na contramão da história que oficializa a reprodução dos conteúdos pragmáticos. Fico de fora dos cinturões de Vannales, perdidos no tempo das teorias sejam cósmicas e da poeira do universo e digo que "a verdade está lá fora", mas cá dentro ela é big bang em franca e ininterrupta expansão... por mais, gerar nova geleia poderia ser outra via de mão mais limpa e alimentar zangões, rainhas, operários e toda a espécie que precise de solidariedade e Amor e Paz a receber...

Fecho o cerco de depreensões na confirmação de que: nada devo a favores, dívidas, promessas, ou alcunha de privar amizades fechadas com quem quer-se autoridade de poderes, desta que molha a mão dos filhos da sombra dos favores e os que ferem, apedrejam e lançam augúrios nas redes sociais, capitulam e beijam a mão iminente do favorecedor.

Continuo com a ampliação do dito popular, que envelheceu quando dizia "Pelos Santos se beija os altares". No salto do macaco velho, diria que "Se não pode beijá-los, os Santos, toque-os".

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