quarta-feira, 30 de março de 2016

Pocket Soul

"De Última Pocket Show!"
por maneco nascimento

Silmara Silva, Carlos Aguiar, Érica Assunção, Adriano Abreu e David Ambrósio deram um show! E, se não cantores, mas intérpretes de Última, então são de soul, pop, rock, brega, chique, kit, forrós e sertanejo, bossa nossa, axé, swing samba reggae e roll, filho(a)s da canção brasileira e, assim sendo, a arte inspira ousadia, esperteza, inteligência aplicada, lição ensaiada aos melódicos livres e vozes de quem bem canta, pois males espanta.

"De Última Pocket Show" fechou a programação do Ato 27 [Ano 2] Ano Zé Afonso, que começou pela manhã, lá pelas 9 horas, com o Circo Acioly e Palhaço Cascatinha; na sequência, "Boa Noite Cinderela" (Conexão Street/VR Produções), às 10h; no início da noite, às 18h, "Esboço Brazil" (Cia. Luzia Amélia de Dança) e o arroubo de felicidade deflagrada em o espetáculo musical da Batalha do Jenipapo (Secult), às 20 horas.

Quando as 21 horas chegaram, era tempo de dançar, cantar, acompanhar e regalar os olhos com as performances dos artistas/intérpretes do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes e seu bom tempo de recriar canções e cantar como bem podem, porque a voz e a canção foram feitas para serem experimentadas e a experiência do Piauhy Estúdio das Artes é muuuuito feliz de ver.

Bom para quem canta, melhor para quem recepciona. A liberdade em liberdades abre o ato sobre nosotros que espiam a ótima performance de ação cênica musicada. Os figurinos da Figurino e Fantasia (leia-se Aureni Oliveira) compõem bem e enriquecem a dramaturgia pensada, a arroubos estéticos e plásticos, à boa dramaticidade das canções diversas do cancioneiro nacional.

Carlos Aguiar consegue, a seu turno, manter um destaque vocal muito elogiado por músicos e outros artistas afins na arte de cantar e bem ouvir.

(Carlos Aguiar jamais cantou tão lindo assim/foto: Silmara e Adriano[Estúdio das Artes])

Adriano Abreu e David Ambrósio não fazem feio, entre o belo e o maldito das transgressões e impetuosidades musicais, dobram os sinos que não tiveram tempo de marcar ouvidos.

(Eles e Elas têm a força e unidos vencem as correntes 10+/fotos: Silmara e Adriano[Estúdio das Artes])

E, pelas vozes masculinas, do clube dos vozeirões experimentados, aos dobrados melódicos, estão eles na boa média de serem artistas, logo atores que cantam e se alguém disser que desafinam, saiba que neles existe imenso amor de deflagar arte em expansão, ao atomizado prazer da alegria de compor cultura, que coletivize felicidade e entretenimento saudáveis, através do ato do ator e método atento às matérias lúdicas e licenciadas ao desdobramento artístico intangível.

As meninas venceram, também por sua vez. Érica e Silmara dão-se ao doce deleite e soltam a voz, porque de amarras nem as sandálias gregas conseguiram manter-se tanto tempo seladas, para não esquecer o princípio do teatro ocidental a louvores, cantos, danças, vocalizações cosmogônicas e falas do corpo, pois parte da essência do ato de cenas profanas, ou sacras posterizadas.

(Elas cantam, dançam, atuam porque sabem da cena/fotos: Silmara e Adriano[Estúdio das Artes])

Cantam bem, realizam preenchimento de expectativas de público e oralizam, em canções, sinceras declarações de serem artistas que ousam +.

A Banda, que detém a direção musical de Rubinho Figueiredo e que a bateria que fala horrores, na unificação de propósitos, é também de Figueiredo. As calientes cordas de aço, revezadas nas guitarras e baixos, estão a Caio Leon Vieira e Cauê de Lima; e a percussão harmoniosa fica com Arnaldo Pacovan. 

(o inteiro da Banda da terra/foto: Cornélio Santiago)

Essa Banda que toca por inteiro aos palcos da terra piauiensis, toca ouvidos e corações canalizados aos sinais musicais afiados e expressos melódicos afinados ao Pocket de primeira atenção. É matéria sonora de primeira linha e andeja sons, delicadamente furiosos, aos pocketes de Última.

(intérpretes e Banda, os bam-bam-bans das canções performáticas/foto: Kélcya e Kayro Almeida)

Uma noite memorável. Uma música de primeira à performance "De Última Pocket Show" e um regado, em recado artístico astucioso e expert music show, de alegria contagiante com planos, pauta, cifras, pautas musicais, arranjos e composicionais contemporâneos, à partitura artística dos intérpretes e músicos, que revelaram essa canção que se ouviu no rádio, em tempos de memórias do repertório da MPB que a todos assiste.

Sem pretensão de serem cantores, mas profissionais da arte da cena, os Pocketes show do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes poetizaram cultura, profetizaram ruptura das velhas tradições versadas, mas emboloradas, e deram um salto em Pocket Soul a palcos transgredidos e realinhados a novidades de linguagem, língua, falas de corpo e melodias revisitadas a deleite dos prazeres do espetáculo.

Pocket Soul + Coletivo Estúdio das Artes que brinca de verdade e revela mentirinhas da arte do fingimento, no ato de cantar, por que não?

Brinda a plateia com o cálice da arte de ser feliz, se por um triz perdeu o caminho de tijolos amarelos, e aos que gostem peçam bis. Quem não gostou, que gostasse, ou aprenda a ouvir a canção encenada, pois "De Última Pocket Show é biz!

Deu-se por Ato continuado, em confraternização musical e coquetel, aos artistas presentes na festa da noite do Ato 27 [Ano 2] Ano Zé Afonso. Era o Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo. 

E a alegria e fantasia de cantar é, sem sombra de dúvidas, a ótimos resultados em "De Última Pocket Show". Cantante, dançante, envolvente, carismático e atraente.

Eu. Sou + Pocket Soul. 
Evoé, Piauhy Estúdio das Artes!

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