segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Cultura Vinil

Amigos e associados do Vinil Reggae
por maneco nascimento


Hoje, dentro da programação de aniversário de 121 anos do Theatro 4 de Setembro, tem Clube da Radiola e com participação especial da Associação de Colecionadores de Reggae Vinil de Timon, no Espaço Cultural "Osório Jr."/BCD, às 19 horas.

O Clube do Radiola,  que estreou seus serviços neste mês de agosto, e manda a cada semana, no começo dela, na segunda, o encontro de amigos, amantes, colecionadores e ouvintes da música vinil que, como Elvis, não morreu.  

Nesta segunda, 31, o encontro reúne colecionadores de duas cidades, aproximadas por identidade de fronteiras e afinidades culturais regionais, os de Teresina, Piauí, e os de Timon, Maranhão. Teresina a Timon e de Timon a Teresina, a mesma distância de encontros, separada apenas por um rio, o Parnaíba, Velho Monge.

O convidado colaborador da noite de hoje, 31, é uma convidada. A Associação de Colecionadores de Reggae Vinil de Timon que promete aquecer e embalar os melhores hits de hoje à noite no Clube de Radiola. 

A Associação vem construindo sua identidade de reunir, juntar os amigos e tocar o vinil que todos gostam e ouvem. Já ensaiam a afirmação de implantação oficial da sede própria e, por enquanto, funciona na Rua 02, na Vila Osmar, em sede provisória.

E, à frente, estão os amigos Tota Eulálio, Wellington Oliveira, Neguinho da Time Som (precursor do reggae, em Timon, toca há 32 anos, animando festas, todos os sábados, na Time Som) e Afonso Love. Surgiu como movimento de agremiação, em setembro do ano de 2014.

Atualmente, é composta de 14 equipes que dividem as tarefas e fazem as festas e bailes reggae. Entre os associados, equipes conhecidas como a do Mauro Roots, Zezinho, Tina Roots, Reginaldo Roots e Ricardo. Há, no coletivo, umas 50 pessoas e com Associação há mais empenho reunido, de divulgar a as ações e a cultura comum a todos.

Ela vem para ganhar espaço, levar aos bairros, zona rural. Segundo Tota Eulálio, o encontro que realizam na zona rural, por exemplo, deixou de ser encontro e virou festa/baile. Nos encontros de reggae toca-se, além do reggae, MPB, Roberto Carlos, mas a prioridade sonora é para reggae. Eulálio garante que o movimento quer é "esclarecer que o reggae não é sinônimo de drogas. Mostrar também o material vinil para não se perder a memória dessa memória musical", afirma.

A Associação está sendo criada para trazer de volta o vinil. Afonso Love lembra que as gravadoras reggae de Londres reativaram a produção de vinil e, quem gosta, não deixou de ouvir o vinil, nem reggae.

Neguinho da Time Som começou a se interessar pelo reggae, em 1974. Se interessou pelo ritmo, batida da música, pegada para dançar. Viajava de Bacabal ia a São Luís. Lá na capital ele ouvia a música no rádio, "achou bonito", diz. De volta a Timon, passou a divertir as pessoas e tocar as músicas românticas, mais o reggae, nos bailes.

O Zé Filho, o presidente da Associação que não pode estar nesse encontro para falar da entidade, também tem todo o interesse em divulgar o trabalho da Associação e o vinil, declaram. Todos têm uma afeição muito especial pelo ritmo musical, "A paixão maior é o reggae. Amo o vinil, mas a paixão é o reggae vinil. Há o eletrônico, mas gostamos do vinil que é mais instrumental" entrecruzam as falas, enquanto reafirmam o amor pelo reggae vinil. 

Wellington Oliveira diz que "a letra reggae americano é de paz, harmonia, se houve mais o instrumento da música", fala com propriedade de bom ouvinte. Os meninos dizem que a Associação realiza quatro eventos por mês, aos finais de semana. De certo, uma das vezes é de responsabilidade de cada equipe associada e as outras ficam planejadas e pulverizadas para a realização  das festas pela Associação. Os encontros começam ao meio dia e vão até às 00h.

Tota diz que as festas são muito familiares. são formadas por pessoas que você vê sempre nos encontros. As crianças e os pais estão presentes. Todos levam a família. A família acompanha o Projeto, "é um reggae família, familiar, então a família sempre está presente", conta. E "ai se não levar", brinca Afonso Love.

Geralmente as pessoas solicitam os encontros do reggae. Da primeira vez em que a gente chega para fazer o reggae, elas ficam meio a observar e logo se aproximam e participam. "Depois da primeira vez, as pessoas querem mais outra reunião de reggae. A partir do momento que se argumenta e mostra o trabalho, as pessoas ficam mais interessadas",  confirma Tota Eulálio. 

Neguinho do Time Som e Afonso Love fazem um mapeamento dos municípios onde há uma grande penetração do reggae. Levantam que o reggae se espalha por Miranda, São Mateus, Caxias, Codó, Santa Rita, São Bernardo, Rosário, Alcântara, Cururupu e em São Luís, aponta Love, "é muito forte a manifestação de bailes, festas, bumba meu boi, quadrilha, tambor de crioula, dança portuguesa e reggae". Diz, que é grande a penetração na cidade.

Os associados se reúnem às segundas feira, a partir das 19h30. A pauta sempre se dá pela avaliação e perspectivas da programação de antes e depois das festas. Cada equipe faz sua festa a cada mês e data escolhida.

Aos encontros a Associação criou um sorteio para democratizar o tempo das equipes, durante as festas, quem começa e quem termina. Assim se evitou as confusões e choques de privilégios. A agenda, de uma vez ao mês, é feita a partir da escolha da data de cada equipe para sua festa. 

As agendas são de janeiro a novembro. Agendada a data de cada equipe associada, "fica tradicional, para festejar o aniversário da equipe, no mês, por exemplo, o associado escolhe o dia", fala Tota. Em janeiro é mês da festa e Feijoada do Espaço Eulálio, a primeira festa do ano e, em dezembro, é a data da confraternização da Associação, endossa.

Sobre as festas realizadas, elas são abertas, a não ser quando trazem atrações de fora. "A gente faz o convite, negocia custos, divide as despesas entre os contratantes e depois fecha a ação", informa Wellington Oliveira e acrescenta "quando se convida gente de fora tem que ter porta, para cobrir as despesas e pagar o artista".

Curioso em saber como funciona, em dias de festas, que há convidados de fora, visto que os bailes são abertos aos adeptos e associados, em outras ocasiões. Eles informam que a porta é aberta do meio dia às 19 horas e que, a partir das 19h até às 02 horas da manhã é com a porta fechada, "quem chega terá que pagar". Chegou antes desse horário, não paga e fica dentro, quando as portas são fechadas. Para trazer o artista têm que alugar som e o Clube, então os custos saem da bilheteria de porta.

As equipes que compõe a Associação são a Lyon Roots; Mesa de Pedras; Casa da Música; Jamaicanos do Vinil; The Power Sistem; The Classics; Panelinha do Vinil; NRD - Novatos do Reggae; Cia do Vinil; Star Reggae; Amantes do Vinil e, em Teresina a Associação mantém relações com  a Dred Lion e a RBS, que existe com essa mesma marca em quase todo o nordeste. O grupo de Teresina que participa da Associação é  o Studio Bulldog e há o pessoal de Caxias que acompanha a Associação.

A Associação tem o "Projeto Rotação 45" de divulgar o reggae vinil nos bairros e na zona rural, contam. Por fim, o grupo participante da Agremiação finaliza a conversa, ainda acrescentando que o reggae daqui de Teresina é mais batida dance house e o de Timon é reggae roots.

E que para os shows, com artistas que vêm de fora, há a Banda Rebel Music, de Timon, composta por três músicos que são de Teresina e de Timon. Relação com festas daqui de Teresina, a Associação mantém com o Tropical Bebidas, no bairro Três Andares, em que há uma permuta de convite para participar de festas.  

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