sábado, 11 de abril de 2015

Tintas, ferro e barro - O Retorno

 em Artes visuais à recepção livre
 por maneco nascimento

Expô Piauí das Artes Plásticas apresenta, entre os inspirados, a colega e jornalista  que se garante e não está prosa, está no domínio dos pincéis em andamento de afinação estética. Alexandra Teodoro assina “Abstrato”, o homem que pesa é raio e arco íris despencando à terra, enquanto lança melancólico olhar ao céu deixado para trás. 

A artista Salete Vasconcelos apresenta “Pedra Furada”, ilustração do ícone turístico às vezes da terra e território do homem de 60 milanos. 

O escultor Zé Rodrigues, em “Face Oculta”, para sucatas e eixos, rotativas, rolamentos, catracas e sobras de ferro luzidio, metais que representam o Salve!. O tronco fundido do homem, em sua hora de ser humano e produto de seu tempo de extrator e senhor dos metais.
(Salve! Zé Rodrigues com sua "Face Oculta/fts.: j. carlo)

Jackson Cristiano, “Mulher alimentando Pássaro”, entre o classicismo histórico representado e o moderno relido nas cores do azul em faces de dupla face de deiades, denaides e moças da corte grega alimentando alados. 
(jackson cristiano "Mulher alimentando Pássaro/fts.: jorge carlo)

O mesmo artista ainda apresenta “Mulher com Pássaro”, a la Botero em cores latinas e quentes à mulher em recato, com buquê de sonhos, que alimenta o corpo do pássaro fênix, pousado na realidade do móvel da casa de visita.

“Sagrada Família”, de Josimar Santos, o moderno e as cores quentes do sol da terra perfilam os santos sagrados da família Christina. Rostos sem olhos, mas com realidade fiel da fé representada nos ícones.

 “IABA”, de Avelar Amorim, numa representação da deusa da flora, mimetizada com flores e cores da natureza das mandalas, ladeadas de pétalas. Ana Valente, com “Divino”, o iconográfico do presépio em tradição do figurativismo expressionista.

Constança Nobre apresenta “Carnavalesca Negra” e “Carnavalesca Branca”, traços e perfis e etnias afrodescendentes e branca para brincantes do carnaval, coquetes com olhar triste. 

João Borges e suas representações de gentes simples em barro, chega com obra sem título. Lição de mãe, na educação doméstica, dialoga com a filha que senta, ouve e enxerga no olhar da mãe sinais de sabedoria a serem apreendidos.
(a lição de mãe, em João Borges/fts.: j. carlo)

“Desbravadora”, de Antonio Cardoso, a mulher escafandrista, mergulhada nas turvas vagas do mar bravio, entre a montanha e o sol. De Edimar Aquino, “Atitude ‘Z’”, o bucólico de casas no campo, em romântico moderno de cores quentes pigmentadas em horas do noturno. De novo, Antonio Cardoso, com “Guerreira”, na representação de uma Ronin que enfrenta o dragão e usa sua espada de Xogum.

Alexandra Teodoro, com “A Fênix”, cores do sol no redomado das asas, em concha alada, de chamas do pássaro mitológico. Felizes expressões imprimidas tingem a espátula e o pincel de Teodoro. 

Josefina Gonçalves, com tela sem título, vigora mulheres em cerco de homens. Perfis em nus. Reunião de conspiração da própria beleza ressaltada, a sociedade nas cores quentes frisadas pelos neutros que economizam e destacam identidades coletivas de mães, bebês ao colo, mulheres livres, homens em gerações. Os que seguem, os que registram a própria passagem observada e os que avançam em seus futuros, deixando a família, na busca de própria novidade. Caminhos de chegada, saída e pausa protegida.
(reunião social em pictóricos josefinianos/fts.: j. carlo)

De Salete Vasconcelos, “Abstrato I”, imagem real e o reflexo numa lâmina de água, em tons quentes do verde e vermelho que cardiogramam tempos de progressos verticalismos urbanos.

“Abstrato I”, de Orlando Bonfim, tapeçaria em vertical floral e rococós de cores quentes que arbitram e estampam abstratos do real. A artista Aucci Valente revela uma “Colombina Corcel”, o carnaval da amazona em amor, rosto colado, ao corcel cinza.

Outra peça de Josefina Gonçalves, “Saudação”, a corte e o poder assentados e esnobes recebem a humildade, em saudação ajoelhada. Estética livre e cores sóbrias encantam na economia e leveza manifestadas nas tintas josefinianas.
(josefina gonçalves "Saudação"/fts.: j. carlo)

João Borges também repercute, na obra sem título, uma + expressão de barro falante. Ébrio, sentado ao pé do balcão, registra felicidade em argila natural da cor das periferias da construção social das cidades ribeirinhas, Teresina e Timon, que contam histórias do Parnaíba e Poty. Leveza do traço esculpido, afinada na argila em destreza de reprodução da vida no barro que Parla!
(O Ébrio de felicidade, por João Borges/ts.: j. carlo)

Expô Piauí das Artes Plásticas, aberta dia 2 de abril, fica só até dia 15. Quem gosta da arte visual em estética das plásticas que aqui se produz, deve dar uma esticadinha à Galeria do Club dos Diários.

Espia, pra você ver!

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