segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Teatro Improvisação

III FestImTea
por maneco nascimento

O Grupo Raízes de Teatro realizou, dia 30 de agosto de 2014, durante todo o dia, na Galeria do Clube dos Diários, a III Edição do Festival de Improvisação Teatral - Troféu Raízes de Teatro.

Projeto facilitado pelo SIEC - Sistema Estadual de Incentivo à Cultura e patrocínio do Grupo empresarial local que faz sucesso em qualquer lugar.

Evento iniciado a partir das 8 horas, com Workshop sobre Improvisação Teatral, ao cargo de Marina Marques, para os inscritos no Festival, recebeu inscrições de Teresina e do interior do estado.

Pausa para almoço aos concorrentes,  meio dia, as atividades retornaram a partir das 14 horas à abertura do Festival de Improvisação, que contou com três fases eliminatórias até o resultado dos vencedores do dia.

A Comissão, que julgou os trabalhos apresentados, foi composta pelos artistas de teatro, Maneco Nascimento e Reijane Dias, no julgamento de Grupos concorrentes; Jesus Viana e Ederval Leandro, na escolha do melhor ator; Sandra Farias e Érica Smith, encarregadas de apontar a melhor atriz. As inscrições ao FestImTea se caracterizam à concorrência de ações de coletivos e, destes, se retirou os destaques a prêmio.

Grupos de atores profissionais ganharam espaço, de desleal concorrência, com grupos de amadores iniciantes, compostos de crianças sem nenhuma perspectiva de afinidade de teatro, ou qualquer traquejo de exercício de fingir. Os sem nenhuma experiência estiveram sempre em desvantagem, na relação de competidores, com os profissionais na disputa definida de igual para igual.

Também se pôde perceber, digo, a Comissão de Julgamento, uma resposta pouco visível ao workshop que deveria preparar os inciantes ao páreo de vencer dificuldades e convencer no improviso e deter alguma tranquilidade para persuadir público e jurados. Quem já detinha algum domínio, entre os amadores, pode romper o embarreiramento dos profissionais, mas foi caso raro.

Os temas, estabelecidos pela organização do evento à improvisação, eram escolhidos pelos grupos. Em envelopes numerados e dispostos em grandes painéis, sempre uma novidade e um desafio à sorte de quem abria flanco na defesa da própria pele coletiva concorrente. Um divertido e instigador exercício de raciocínio rápido para apresentação eficiente da proposição ao improviso.

Da primeira eliminatória, fase um, às seguintes, foi havendo uma peneira até que resistiram os três melhores desempenhos coletivos para então concorrerem aos melhores do Festival. Ao final ficaram os grupos 2, 6 e 7 de um número de 12 inscrições. 

Os temas foram se afunilando, na medida que o exercício de improvisação ia chegando às últimas fases e as exigências de improviso iam ganhando + necessidade de serem, os grupos, muito + criativos e determinantes de sobrevivência.

Na sorte dos envelopes abertos e com tempo cronometrado de realização das provas, o mundo de atuar e ser pragmático ganhava sabor de vitória do exercício e estímulo à práxis de se reinventar e se cumprir metas ao drama de efeitos econômicos e sutis, de algumas provas realizadas e aos exageros de apelos ao riso e ao cacoete e caricaturas de domínio comum de outras, por vezes + detidas por grupos de artistas com experiência de sobra.

Macaqueados cênicos profissionais, em vezes de miquinhos amestrados, aos arroubos de vaidades ensaiadas, no metier de perfil da experiência na cena, acabaram perdendo espaço a iniciativas de amadores, com até certa imaturidade, mas com limpeza e sinceridade de propor exercício e apresentar novidade e fome de viver na busca de teatro vivo. Ponto para certos amadores no jogo dos profissionais.

Também grupos profissionais que correram na contramão, do óbvio e aristotélico de margem preguiçosa, acabaram deixando sabor de melhores acertos e propostas de improvisação + diferenciadas, mesmo que fugissem, em pequenas linhas, do tema proposto. 

Aliás, relaxar acerca do desvio de temas acabou sendo tarefa solidária dos julgadores. Todos os grupos fugiram, nalgum momento, de temas sem comprometerem todo o conjunto das provas. Então, venceu a arte sem ser cartesiana, só + libertária e artística.

No computo final, o prêmio de Segundo Melhor Grupo ficou para o pessoal de Campo Maior (2o. Grupo); o prêmio de Primeiro Melhor Grupo foi para o 7o. Grupo concorrente, tendo como representante Vanice Oliveira, que também recebeu o prêmio de Melhor Atriz do Festival. Avelar Amorim levou o prêmio de 2o. Melhor Ator e Tércia Maria, o de 2a. Melhor Atriz. O Melhor Ator foi Eduardo Rodrigues, também componente do Grupo 7. 

Uma ótima iniciativa e uma tarde produtiva no III Festival de Improvisação Teatral - Troféu Raízes de Teatro, especialmente por haver concorrência de iniciantes e amadores, vindos do interior do estado, com destaque para boas surpresas de improvisadores, entre eles, e até premiação no resultado final.

Prêmios em dinheiro e troféus para os vencedores,  e troféus aos parceiros, apoiadores e patrocinador finalizaram os serviços do III Festival de Improvisação Teatral.

O III FestImTea aconteceu no momento em que o Grupo Raízes de Teatro completa 37 anos de trabalhos ininterruptos e tem como parceiro da empreitada o Grupo Aspetúnias de Teatro, com 5 anos de atuação na cidade, e o apoio do Grupo Utopia de Teatro (Chico Borges) e da A&C Promoções Culturais.

O Projeto que "tem entre outros objetivos, estimular e desenvolver a criação de repertório de gestos, tipos e atuações improvisacionais para o ator profissional e desenvolver na comunidade e na escola o gosto pelo fazer teatral. Além de profissionais de teatro dispostos a entrar nessa experiência, recebemos também os inciantes", como define o programa do evento, acaba por jogar no mesmo nível de atuação profissionais e amadores (iniciantes). Claro que vencerá todas as etapas, os macacos velhos em galhos + sólidos.

Sugestão de quem observou esse palco para dois tipos de grupos concorrentes, bastante desiguais no entendimento, correspondência prática diferenciada enquanto domínio de técnica em cena e (in)segurança de corpo que também fale com tranquilidade, é que haja uma separação de categorias. Talvez a criação de categoria de inciantes e categoria de profissionais.

Democracia e oportunização são de suma importância no projeto proposto e quando o assunto é teatro, então quanto + diverso melhor.

Mas haverá sempre uma verticalização do jogo se se mantiver essa estratégia de impor, no mesmo tabuleiro, profissionais e inciantes vertindo esforços diferentes à mesma guerra, sendo que os primeiros já conhecem o front, mesmo que falhos, e os segundos ainda estariam tentando conquistar o próprio espaço nas fileiras do jogo em que ainda não aprenderam a arte da guerra.

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