quinta-feira, 5 de junho de 2014

"Folhetos do Sertão"

Xilos em estética de cinema e amor
por maneco nascimento

Ao ser questionado em onde estava o sertão de sua obra, o cineasta Douglas Machado respondeu, pragmaticamente, que o sertão está dentro dele mesmo. Uma tarde agradável e uma conversa rica de aprendizados, sensibilidade, sinceridade de trabalho e arte cultura compartilhadas. 

Na quarta feira do dia 04 de junho, a partir das 15 horas, no Cine Teatro da UFPI, a 12a. Edição do Salão do Livro do Piauí - Salipi reuniu um público bem interessado, ligado na telona à recepção de + uma obra de Douglas Machado.

Desta feita, o Projeto "Folhetos do Sertão", da Trinca Filmes, apresenta um delicado flagrante da artista plástica Yolanda Carvalho e um cinzelado olhar de Douglas para as falas e amor da xilogravurista. 

O filme documentário, da série "Folhetos do Sertão", número 1, traz o tema de pé direito alto "Poesia na madeira". 

O cotidiano criativo, em ambiente natural, da artista plástica, vai tomando forma e preenchendo de luz, fotografia econômica e sentenciada na temática afinada, técnica refinada de captar a humanidade e olho mágico de cinema destrinchado em silêncios, ruídos nativos da natureza que entorna a casa/ateliê de Yolanda.

Vida e arte sentidas em imagens, detalhes, o complexo fotogramatizado no simples, na estética e técnica da linguagem licenciada em rigor poético ao cinema.
(na boa conversa/imagem colhida de www.capitalteresina.com.br/créditos Gabriel Torres/CT)

Na pauta do Salipi a Palestra "Retalhos Nordestinos", conversa facilitada por Douglas Machado e Yolanda Carvalho + a companhia do público de alunos, professores, autores, convidados locais e de outros estados, que dividiram a emoção de encontrar-se com Douglas e seu jeito sincero de falar de seu trabalho e defender o que + lhe dá prazer, documentar arte, cultura, criadores e memória nacional para recortes intangíveis e antropologias conjugadas.
(público de poesia na madeira/imagem colhida de www.capitalteresina.com.br/créditos Gabriel Torres/CT)

Da artista plástica, duas apaixonadas demonstrações do fazer artístico. Uma ao vivo, durante o téte a téte, no auditório, e outra "aprisionada" em "Poesia na madeira", o filme.

Entre cabras, cães, pássaros e os sons da natureza preservada, e tornada sonoplastia do documentário, Yolanda vai nos privilegiando com seu amor pelo riscos, traços, desenhos, taco (placa de madeira à matriz da xilo), cunhas, tintas, papel e o produto final, a xilogravura de única peça e temática rigorosa e expressionista.

Sobre o cineasta, é sempre um prazer ouvir o artista, poeta das imagens, documentarista, diretor de cinema, editor, roteirista e criador apaixonado pela sétima arte, Douglas Machado.

Aprendo em qualquer encontrão que a vida me possibilite com o cineasta. De Cipriano, Ariano, Dobal, Vilaça, Assis Brasil, Limeira, entre tantos, colhidos na delicadeza de máquina de cinema de Douglas, sempre uma lição de arte planejada e cuidadosamente finalizada.

Esse o mistério e a mágica, do fazer cinema, de Machado que parceriza talento garimpado com Gardênia Cury, no laboratório da Trinca Filmes.

"Folhetos do Sertão", com o primeiro número da série dirigido à "Poesia na madeira", à voz de Yolanda Carvalho, uma sinfonia luxuosa em fotogramas e imagens em movimento para memórias, histórias e delicadezas de cinema.

Orgulhosamente, réu confesso, declaro o quanto apaixonado pelo cinema de Douglas Machado e o cinzel cunhado na fotografia que fala nos silêncios e ruídos poéticos, nas falas sociais e discursos intrínsecos proféticos e força da arte de criar e defender identidade e pertencimento com o tema tornado vida de cinema.

Sem falsa modéstia, eu sou Douglas Machado e não abro mão de uma boa exibição de sua presença e de suas fitas, latões e cine cultura empoderados e humanistas. Douglas é um dos meus melhores cinemas! Sempre de olho na luz, câmera, ação!

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