quarta-feira, 4 de junho de 2014

Cajuína Musical

é Orquestra Sinfônica de Teresina
por maneco nascimento

Depois de adiada, do dia 27 de maio de 2014, a reabertura do Theatro 4 de Setembro ocorreu, enfim, na noite do dia 03 de junho. Marcado às 19 horas, o evento foi iniciado a partir das 19h40, para um público bem inferior ao que seria esperado a uma entrega da + importante Casa de espetáculos cênicos de Teresina.

Talvez o ensaio de reabertura, não confirmada em primeira data, tenha ou afastado artistas e convidados, ou sem tempo hábil de reorganizar nova divulgação, para chamamento da cidade, tenha a Casa comprometido uma melhor frequência em noite de festejos à volta do Theatro, em perspectiva às atividades de recepção de espetáculos.

O atraso de reabertura, segundo consta nos autos de informações e fontes confirmadas, deu-se pela falta de finalização de pagamento à empresa responsável pelos serviços de reestruturação do 4 de Setembro. Serviço concluído, governo do estado demorou a finalizar a contrapartida do contrato, faltava pagar a empresa. Criado um imbróglio nas relações entre estado público e negócio privado. Avançada essa etapa, o governador do estado abriu agenda para reabertura do Theatro.

(4 de Setembro, + de de um século de cultura praticada/divulgação)

Na reabertura, + contadas as cadeiras que público, reitere-se o registro, foi sentida a ausência do chefe do executivo estadual, representado pelo seu secretário de segurança. Também esteve entre os representantes de representáveis, um deputado estadual que cumpriu a agenda do senador da república, Wellington Dias, responsável pela emenda parlamentar de R$ 1.600,000,00(hum milhão e seiscentos mil reais). Soma de EP federal + contrapartida do governo do estado do Piauí, esse recurso possibilitou uma nova caixa cênica, som e luz de primeira linha, tela e projetor de 29 mil lumens e todo o serviço de cortinas, varas de som e luz, etc, automatizado.
(o charmoso Theatro 4 de Setembro/foto David Melo)

Ainda entre autoridades, uma conselheira do TCE - PI; uma conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso; um deputado estadual da cota de coligação partidária e capitão hereditário à pasta da cultura + o presidente da Fundac, componente do grupo de legenda deste deputado; e um nome que não se poderia esquecer, Antoniel Ribeiro, diretor do Theatro 4 de Setembro, que incansavelmente abriu flancos para que os meandros e dificuldades das burocracias de palácio e gabinetes fossem vencidas e a Casa abrisse as portas à comunidade.

Para a reabertura do 4 de Setembro, os esforços concentrados e o trânsito certo, direcionados ao dourador das pérolas aos poucos, fizeram a diferença e entregaram a Casa de espetáculos à comunidade. Não sem alguns entraves. Informação privilegiada: até que fossem confirmados os empenhos e assinaturas e despachos e interesses, do governo do estado, em pagar a empresa que prestou o serviço de reconstrução da estrutura técnica do Theatro, uma novela gilbertobraguiana se instalou. 

Para a própria proteção e segurança, a empresa travou, com senhas providenciais, os equipamentos montados. Bingo. Bem que técnicos locais foram tentados a adulterar a trava (mérito de autoridade da Fundac), mas só conseguiram a meio pau desvendar as bandeiras. O equipamento de luz manteve a senha intacta.

A informação tida, do quadro técnico da Casa, é que, para a reabertura, foi terceirizado o serviço de luz à iluminação da noite. Os serviços automatizados não puderam ser testados e a solenidade foi curta e grossa, sob orientação do Palácio do Karnak, para o simulacro mantido à assistência que acorreu ao Theatro.

Autoridades convocadas e outras lembradas, Placa descerrada e então ocorreu o que de melhor a programação previra, a Orquestra Sinfônica de Teresina que, sem simular cultura, demonstrou que sabe a que veio e mantém mérito de arte expandida.

Sob a batuta do maestro Aurélio Melo, a OST transformou o evento em grande noite de memória cultural repercutida. No repertório, a peça de abertura da Ópera "O Guarani", de Carlos Gomes; "Fanfarra Olímpica"; "Cajuína" (Cae), com arranjo luxuoso e cheio de acordes em ricas variações do mago das sonoridades do coletivo musical, Melo; a participação especial de solistas, Luana Campos e Edivan Alves, interpretando árias de óperas italianas e, no desfecho da participação luminosa da OST, o maestro apresentou trechos de repertório do novo trabalho que a Orquestra prepara a este ano.

Um quarteto de belas vozes femininas, embaladas pelos instrumentos refinados da Orquestra, deu uma canja do espetáculo "Concerto Tropicália". Entre as peças, [Deus Vos Salve Esta Casa Santa], de Torquato Neto & Caetano Veloso; [Alegria Alegria], Caetano Veloso; [Domingo no Parque], Gilberto Gil.
(nova peça sinfônica a ato popular musical/arte divulgação da OST)

Um patrimônio intangível da cidade e Piauí, a Orquestra Sinfônica de Teresina é sabor de vinho maturado e solfejado, em escalas e pautas musicais irrepreensíveis, para ouvidos afinados e amantes da melhor música que ainda se produz nesse país de diversidades sonoras.

A Cajuína Musical, para não ficar longe nem do repertório apresentado, nem da nossa cajuína, patrimônio cultural do estado, a OST é de longe um dos maiores orgulhos artístico culturais do estado e não está prosa, mas licencia melodias e acordes de pura poesia musicada. Reverbera prazer e alegria em ritmos concentrados nos melhores resultados da cidade  musical.

Parabéns ao maestro Aurélio Melo e corpus sonoro que assinam arte, através da Orquestra Sinfônica de Teresina. A cidade agradece a tua presença que é toda beleza e força, energia, vigor estético e vibrações musicais que encantam, enquanto os males espantam.

Ah, como não dá para perder o pragmático. O resultado da OST é indiscutível. Espera-se que o pagamento do cachê dos artistas da OST tenha + celeridade que outras pendências de serviços prestados por colegas de teatro, dança, música, oficineiros, diretores e coral de mil vozes, opereta de natal, folguedos, etc, que ficaram presos aos trâmites burocráticos e alegações de que dívidas, de heranças de governo anterior, não são compromissos prioritários do atual.

Os cachês dos artistas ficam submersos nas dificuldades das fazendas financeiras de orçamento "encolhido" e contas públicas "quebradas", sob a égide da cultura alardeada nos discursos oficiosos publicados.

Ao +, parabéns ao Theatro 4 de Setembro que reabre em sua força de + de cem anos de serviços prestados à comunidade. A cidade e os artistas festejam e agradecem a iniciativa política e o interesse do estado de reabrir a Casa.

Ao repertório cultural da noite. Evoé, OST! 

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