domingo, 20 de abril de 2014

Para homens de fé




(túmulo do Messias, o Cristo/http://noticias.gospelmais.com.br)


"DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

20/04/2014

Somos testemunhas da ressurreição de Jesus
1ª Leitura: Atos 34.37-41; 2ª Leitura: Colossenses 3,1-4; Evangelho: João 20,1-9.

A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto. Somos chamados a testemunhar isto.

A primeira leitura é tirada dos Atos dos Apóstolos, livro que São Lucas escreveu por volta dos anos 80, quando a Igreja já estava consolidada, mas passando por vários problemas: além das perseguições movidas por judeus e romanos, surgiam cristãos com doutrinas diferentes, propondo coisas extravagantes: que Cristo era apenas um homem, ou que se podia ser cristãos sem amor as pessoas, ou ainda que o cristianismo deveria ser levado apenas a quem fosse judeu. Relembrando o que fizeram e disseram os apóstolos, Lucas procura mostrar aos cristãos, com simplicidade, qual é o verdadeiro cristianismo.

Nesta passagem, lemos o discurso que São Pedro fez na casa de Cornélio, um homem cem por cento pagão. Pedro recebera uma inspiração e foi a essa casa. Lá proferiu esse discurso, convertendo a toda a família de Cornélio, batizando a todos. (Os discípulos de Jerusalém criticaram a Pedro por ter ido à casa de um pagão, mas Pedro mostrou a eles que Cristo veio para todos, e que Deus não tem preconceito contra ninguém.)

O discurso contém o essencial das primeiras pregações dos apóstolos. Começa dizendo que Jesus foi ungido por Deus (“Cristo” quer dizer “ungido”), que passou a vida fazendo o bem, libertando as pessoas; que foi crucificado e morto, mas que Deus o isto ao povo e testemunhassem Jesus. O texto se conclui com uma frase alentadora para nós: Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados.

Muitos reduzem o cristianismo a uma longa série de imposições e de preceitos morais, ressuscitou de entre os mortos. E o próprio Jesus mandou que os apóstolos pregassem mas o essencial de nossa fé é o que está nesse discurso de São Pedro.

Na segunda leitura São Paulo nos lembra que morremos para este mundo e ressuscitamos com Cristo. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.

O evangelho começa assim: No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro. Esta indicação do primeiro dia da semana não deve ser entendida apenas cronologicamente, mas deve-se fazer uma leitura teológica. O evangelho de São João procura mostrar que Jesus veio fazer uma nova criação, renovar o ser humano e o mundo. Assim, o primeiro dia da semana é também o primeiro dia da nova criação, que toma existência com a ressurreição de Jesus.

Observe-se também que o aspecto é de tristeza: estava escuro, e podemos imaginar como estava Madalena, sozinha, indo ao túmulo de seu Mestre. Mas tudo muda com o túmulo vazio. Mesmo pensando que tivessem roubado o corpo, Madalena se transforma, sai correndo e vai logo atrás de dois discípulos que sempre aparecem juntos em várias situações do quarto evangelho: Pedro e “o discípulo que Jesus amava”. 

Em todo este evangelho esse discípulo é citado assim, sem que saibamos quem seja ele. Muitos anos depois da morte de João é que a Igreja começou a interpretar que esse discípulo é João. Mas ele não é nomeado de propósito: estando assim, qualquer um de nós pode se colocar como sendo tal discípulo. Afinal todos nós somos amados por Cristo; basta agora agir como agia esse discípulo misterioso.

Embora Jesus tenha dito várias vezes que iria ressuscitar ao terceiro dia, os discípulos duvidaram que tivesse havido a ressurreição. Pedro e João vão correndo para o túmulo; João chega primeiro (é mais novo), mas não entra, talvez em respeito a preeminência de Pedro. Pedro entrou no túmulo, viu os panos que haviam envolvido o corpo de Jesus, mas não deduziu nada; o outro discípulo entrou, viu, reparou no detalhe de que o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus estava enrolado, posto à parte; e acreditou. Este discípulo foi mais ligeiro do que Pedro tanto na corrida física como na corrida da fé. Procuremos agir como ele."

(fonte - textos comentados por José Reis Pereira (professor Zé Reis, a partir de estudos da Bíblia Sagrada)

(imagem colhida de http://noticias.gospelmais.com.br)

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