terça-feira, 24 de setembro de 2013

Pellé e Harém no além-mar



 *Ele merece!
por maneco nascimento

O ator, promotor cultural e intérprete de mancheia, Francisco Antonio Vieira, o pop Francisco Pellé, de malas prontas, atravessa o oceano atlântico e segue carreira consolidada a palcos lusitanos.

Dessa feita, leva na bagagem a + nova cria do repertório hareniano, “Abrigo São Loucas”, com texto e direção de Arimatan Martins, em que Francisco divide cena com Francisco de Castro, Fernando Freitas e Emanuel de Andrade. 

A partir desse dia 24 de setembro segue viagem para desembarque em terras de Camões, de Pessoa, de Florbela, de Eça, de Saramago, de Gil Vicente, de Mário Sá Carneiro, dentre tantos divinos da boa lide cultural portuguesa. Vai assentar palco e demonstrar, + uma vez, a dramaturgia perseguida pelo Grupo Harém de Teatro, nesses 27 anos de tablados consentidos.

Francisco Pellé, ao longo da carreira, já assertivou diversos prêmios e indicações como ator de teatro. Carrega consigo a marca de ter dado vida à personagem leporina, Raimunda Pinto”, de Francisco Pereira da Silva – Chico Pereira da Silva, piauiense de Campo Maior e autor dos + belos e comoventes textos à dramaturgia nacional. Esse autor presenteou o Brasil com sua obra dramática e o Harém soube bem aproveitar esse presente.

Entre as montagens realizadas pelo Harém, da obra de Chico Pereira, e que Francisco Pellé sempre esteve envolvido, de alguma forma, tivemos “Os Dois Amores de Lampião antes de Maria Bonita e só agora revelados”; “O Vaso suspirado” e “Raimunda Pinto, Sim Senhor!”, esta ficou em cartaz durante dezenove anos seguidos. 

Também fez história na montagem de Auto do Lampião no Além”, de Gomes Campos, em que representou o Cão Gasolina, o Rasputin de Lúcifer na versão brasileira para dramaturgia gomescamposina.

Esse mesmo Francisco Pellé, recebeu neste 2013, uma justa homenagem vinda de Floriano. O 3º. Festival Nacional de Teatro de Pontos de Cultura e Grupos Independentes, promovido pelo Escalet de Teatro e o Pontão de Cultura – Cultura viva ao alcance de todos, da cidade de Floriano, agraciou o artista da cena com o Prêmio que leva o Seu nome. O III FestNacTea Floriano 2013 - Prêmio Francisco Pellé.

Quem recebeu um prêmio neste ano, levou para casa um Francisco Pellé. 18 estados e 28 espetáculos concorreram a um Francisco Pellé e os melhores do certame levaram, à própria memória e história de festivais, a marca e nome do ator homenageado. 

Mas voltemos ao país de Camões. Francisco Pellé tem mantido uma excelente relação de negócios de teatro com Portugal e com o Teatro Extremo e alhures. O Grupo de Teatro Extremo, sediado na cidade de Almada, em terras lusitanas, tornou-se parceiro indispensável da cena Piauí Brasil Portugal. Desde 1988 que o Harém e seu embaixador para assuntos dramáticos, Francisco Pellé, têm estreitado relações de fronteiras à cena lusófona.

Com o Teatro Extremo, o Harém e Pellé já montaram, em dobradinha de nações, as peças “Dois Perdidos numa noite suja” e “Quando as máquinas param”, textos de Plínio Marcos e direção e cartografia dramatúrgica de Fernando Jorge. Na primeira peça reunia Pellé e Paulo Duarte, ator português. Na segunda incursão da cena Brasil Portugal, Francisco Pellé dividia o palco com Bid Lima.

Agora, em + uma passagem do teatro do Piauí em sítios portugueses, “Abrigo São Loucas” promete ser outro capítulo de sucesso, na interação sócio cultural com Portugal.
(Francisco Pellé [Maria Francisca] e Fernando Freitas [Maria Fernanda])

Na montagem, as três Marias, Maria Francisca Antonia Vieira... (Francisco Pellé), Maria das Chagas de Carvalho e Castro... (Francisco de Castro), Maria Fernanda Freitas... (Fernando Freitas) e seu partner, Dé, Né, Zé (Emanuel de Andrade), prometem não deixar nossos patrícios sem um bom riso na janela de dramaturgias experimentadas.
(As três Marias de Abrigo São Loucas/foto: acervo)

Francisco Pellé, com sua homenagem no currículo, com histórico inquestionável e com talento provado a sal e fogo e línguas da inveja saudável, estará na companhia do Harém e colegas da composição cênica piauiense, mantendo acesa a chama do teatro vivo, porque Harém.
(Maria Francisca [Pellé], Maria Fernanda [FF] e Maria de Castro [KK]/foto: acervo)


Doelha a quem doelha, no além-mar, vai gerar + frutos de frescor mediterrâneo e atlântico em revigor ao teatro transnacional.
(Emanuel "Manú", Castro "KK", Francisco Pellé e Fernando "FF"/foto: acervo)

Boa viagem, boa sorte sempre e, como diriam os franceses, Merde!

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