sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Cartas... em ficção

Cartas de memórias, histórias em ficção
por maneco nascimento

[Cartas para a cidade, agosto 2013]
- Primeira Carta -
(Carta de Conselheiro Saraiva ao Imperador D. Pedro II)

 “Vossa Majestade fidelíssima El Rei Dom Pedro II,
Oeiras, 9 de setembro de 1850

A carta que ora o faz encontrar é para renovar os princípios da ideia de transferência da capital Oeiras para local que reúna maiores atenções e condições de favorecimento a uma região que aponte novos rumos ao novo mundo, de maior atendimento que justifica mudar estado de isolamento, assuntos e negócios dispersos, uma apresentada condição de decadência e pobreza em hoje terras que, em seu conjunto, defendam a própria natureza do sertão provincial.

As atuais vivências na natureza da Vila da Mocha são postos de luta contínua e já de dificuldades que pesam na inglória da também não aceitação das opiniões de sobrevivência na região, por estar a então capital plantada no pontado registro geográfico que abriga encolhimento de comunicação e desmerece o ato de governo e comércio que, nesse assunto, assume a experiência e relatos de reforços e clamores de mudança pois que Oeiras impõe aos assuntos de governo e população a sua situação de terra seca e estéril, imprópria para a agricultura e de difícil comunicação com as outras cercanias do Brasil.

Os relatos da Província são comuns no testemunho da inconveniência de o centro dos assuntos e negócios atuais mantenham a capital em região marcada por separar essa sede do governo por distâncias extensas, somadas nas dificuldades de transportes para escoamento das riquezas da capital, situada distante dos grandes logradouros de movimento de vida do comércio e mercado de sobrevivência, ou de irmandade de representação da localidade com outras partes de terras provinciais.

 Não é de pouco conhecimento de Vossa Majestade digníssima que a ideia de transferência da capital do Piauí, de Oeiras para cartografia mais digna do fervor das populações e, a novos rumos de assentamento de Vila, seja para atender os futuros que espelhem o concurso de áreas mais adiantadas.

A capitania do Piauí ao adquirir sua independência do Maranhão encontrou no então governador da então independente, Fernando Antonio de Noronha, o sinal que solicitava a Sua Majestade o Rei de Portugal a transferência da capital, nas alegações de reportar sua passagem a local de melhor aprazibilidade de sobrevivência da capital em sendo transferida.

Já da parte de nosso Brasil imperial, a presidência do governo provincial do Piauí, sua excelência José Idelfonso de Sousa Ramos consumou a votação e sanção da Lei número 174, de 27 de agosto de 1844, que autorizava a mudança da capital, não para a Vila da Parnaíba ou para a Vila do Poti, localidades sempre lembradas, mas para a margem do rio Parnaíba na foz do rio Mulato e para assim a nova cidade receber o nome de Regeneração.

Que não possa se opor Vossa Majestade que o assunto ganha maior compromisso de observação que a mudança da capital assuma tempo para região que se estabeleça mais para a Vila do Poti. Durante anos sempre foram pleiteadas que a mudança abraçasse as povoações da Parnaíba, vila mais ao litoral e de intenso comércio, e a Vila do Poti, às margens do rio Parnaíba, que mantém convivência com problemas de ordens naturais que se assinalam para cheias dos rios, mas sobremaneira resida em logradouro apropriado pela localização no interior e possibilitar integrar o Estado através da navegabilidade pelo rio Parnaíba.

Não será, pois, que da Vossa atenção e conhecimento do assunto, na dispensa de ampliar delongas, partam resistências que modifiquem essa natural mudança que será motocontínuo de trabalho para plantar a nova capital e substituir os reclamos da população por festejos de nova cidade criada e em atendimento dos melhores dias dos atos do governo da província do Piauí.

Gratidão e harmonioso respeito elevam esta missão que nas Vossas mãos encontrará destino.

Adeus! Na confiança da Vossa amizade e encontrada na atenção fidelíssima do senhor Imperador Dom Pedro II para o outorgado, na missiva, aguardo nova dispensa de interesse ao reclamado.
                                                               Do Conselheiro 
                                                         José Antônio Saraiva"


Fonte de Pesquisa:
·         História (São Paulo)
História (São Paulo) v.30, n.1, p.90-113, jan/jun 2011 ISSN 1980-4369
Teresina: a Capital sonhada do Brasil Oitocentista1
Teresina: Dreamed capital of Brazil in the nineteenth-century
piauihp.com.br/

www.meionorte.com/blog josé fortes/a-tranferencia-da-capital-do-piaui
(Conselheiro Antonio Saraiva/foto: jchistorybrasil.webnode.com.br)

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