sábado, 3 de agosto de 2013

Cartas... em ficção III

Cartas de memórias, histórias em ficção
por maneco nascimento

[Cartas para a cidade, agosto 2013]
- Terceira carta -
(Enviada para a Imperatriz Tereza Cristina)


“Vossa Majestade magnânima Imperatriz Dona Teresa Cristina,
Oeiras, 05 de outubro de 1851

Não será sem respeito e devoção que encaminho carta a Vossa senhora, digno pilar na casa de sua fidelíssima majestade o imperador Dom Pedro II. Também na confiança e liberdade de encontrar caminhos para corresponder com assuntos que muito empenham meu trabalho e encontram interesse de Vossa majestade, venho trazer conhecimento dos planos da mudança da capital de Oeiras para região mais propícia a novos rumos que a sede da província precisa experimentar.

Desde a tomada de posse da presidência da província em 23 de junho do ano de 1850 que amparo o assunto da transferência da capital que encontrada em grande efervescência para o discutido. Nos primeiros encontros com grupos delegados das vilas da Parnaíba, Piracuruca e Campo Maior já traziam em seu bojo um grande número de assinaturas que reclamam a mudança da capital para Parnaíba.

Procurei estudar o assunto com profundidade e nas pesquisas pude constatar que muitas eram as sugestões para que fosse plantada uma nova capital nos margeados do rio Parnaíba. As intenções muito pensadas em quais enviam para a transferência ser assentada na Vila do Poti e seja para a condição de que uma nova sede esteja na construção em local a salvo das enchentes que assolam a vila.

Entanto a mudança necessária vai acabar com o poder comercial que a cidade de Caxias do Maranhão detém contra o Piauí. A Vila da Parnaíba, no litoral, é uma boa opção, mas a Vila do Poti mais atende para a nova mudança.

 A saber, porque a Vila do Poti mais representa a decisão, pois
1. Bem situada graficamente, cria a facilidade da comunicação com o restante da província e de acordo com estudos feitos sobre a região o local é bastante saudável.
2. À margem do Rio Parnaíba também facilita o escoamento da produção e sem dúvida, destrona Caxias, líder do comércio na região.
3. Mais perto de Parnaíba pela navegabilidade do rio, há de ser mais fácil contatar politicamente e comercialmente com a Coroa e outras províncias.
4. Sendo este o mais agrícola dos municípios, uma política de desenvolvimento agrário bem executado retira o Piauí do atraso econômico em que se encontra.
5. Porque é naquela localidade a única que promete florescer a margem do Parnaíba e habituar em menos tempo para possuir a Capital da Província.
A estas argumentações que a Vossa magnânima senhora apresento é para fazer conhecimento dos caminhos que o meu governo na Província do Piauí estão em vias de concretização de mudanças e novos rumos que devem seguir na nova capital a ser transferida.

Adeus! Que o encontro das palavras, aqui escritas, estejam no virtuoso respeito que dedico a vossa dignidade de Imperatriz do Brasil, Dona Teresa Cristina de Bourbon, das duas Sicílias.

Do sempre fiel aos atos e vida do imperador dom Pedro II e de sua fidelíssima Imperatriz Dona Teresa Cristina, me despeço na graça de Deus, nosso senhor.
                                           Conselheiro

                                       José Antônio Saraiva”



Fonte de Pesquisa:
·         História (São Paulo)
História (São Paulo) v.30, n.1, p.90-113, jan/jun 2011 ISSN 1980-4369
Teresina: a Capital sonhada do Brasil Oitocentista1
Teresina: Dreamed capital of Brazil in the nineteenth-century
piauihp.com.br

www.meionorte.com/blog josé fortes/a-tranferencia-da-capital-do-piaui

(Conselheiro José Antônio Saraiva/foto: jchistorywebnode.com.br)

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