sexta-feira, 26 de abril de 2013

"brincando encima daquilo"

“brincando encima daquilo”

por maneco nascimento

A Organização Ponto de Equilíbrio – OPEQ em parceria com as companhias Báttali Cia. Dança e Companhia de Dança Cynthia Layana apresentaram, no Anfiteatro do Complexo Cultural do Matadouro – Teatro do Boi, dia 23 de abril de 2013, a partir das 17 horas, o espetáculo “Ringue Klauss Vianna de Dança Contemporânea”.

O Projeto de montagem envolveu a OPEQ e + o laboratório de dança, a partir das coreógrafas Cynthia Layana e Beth Báttali, na troca de fichas premeditadas. Tema de improviso delegado, entre as Companhias de representação iniciática, nesse mundo de signos à linguagem da nova dança.

Em concorrência ao Edital BNB de Cultura 2012, com parceria do BNDES, os artistas e suas representações, de cultura experimentada, manifestaram o objeto pleiteado junto às estatais que fomentam também negócios e mercados à arte e cultura de expressão contemporânea.

Como foi explicado ao início da liberdade cênica anunciada, o projeto se embasaria em repercussão da memória e história construídas pelo grande artista da cena da dança Klauss Vianna. No palco aberto, bailarinas e bailarinos desempenharam seu “mètier” de facilitações concretizadas a partir das provocações, de impulso improvisativo, facilitadas pelas coreógrafas enleadas no jogo. “Disputa” de performances de Báttali Cia. Dança versus Cia. De Dança Cynthia Layana.

Há um expressionismo de linguistica de corpos experimentados que chamam à atenção por alguma graciosidade feminina e a virtuose feminil dos corpos dos meninos que dançam. Numa proposta de afetação, aplicam mapeamento cênico em corpos que verbalizam intenções de troca de “farpas”, insinuosos insultos e reflexo de juvenilidade, ou defesa de tribos sócio-determinantes de territórios de ocupação. 
(arte Ringue Klauss Vianna de Dança Contemporânea/arte divulgação)

“bricando encima daquilo”, travam as Cias. de dança um “front” de apostas, em jogo de quem dá +. dão boa média de corpos vibrantes, em sentimentos de liberdades expressivas e juvenilidade à beira do “descompromisso” de tradição revisitada. Belos e belas expressões de vigor e tônus desprendidos em nome da dança a cunho contemporâneo.

Proposta provocativa a partir do mapa dramático encampado em “lutas”, por vezes, frenéticas e, noutras, de simulacro do desdém do um ao outro em passe que dancem... “dance, dance mais, dance sem parar...”, ou parem porque a proposição é de quebra de paradigmas, mesmo que no viés do velho paradigma representativo como identidade e força de memória preservada. A negação da aceitação indispensável.

“Ringue Klauss Vianna de Dança Contemporânea” dança na rua, na praça, no palco, na vida que espelha contextos específicos da “juventude que essa brisa....” dança. Meninos e meninas refletem a própria memória afetiva, em expressão de corpos escrevinhando seu tempo e sua aura rebelde, seu nome e sua história à nova dança, perseguida, porém ainda sem digerir o efeito simbólico e demolidor em que a linguagem se assenta.

É peça para maturar intenções e atenções estéticas de propósitos e apreender + domínio do discurso para não parecer só “brincadeira de criança, como é bom, como é bom...” 

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