segunda-feira, 18 de março de 2013

Sanfona de ouro


Sanfona de ouro
por maneco nascimento

Aos 72 anos bem vividos, José Domingos de Morais, o nosso sanfona de ouro Dominguinhos, está na notícia dos últimos dias. Seu estado de saúde é delicado em vistas de complicações de um “CA” nos pulmões. 

No final de 2012, o artista apresentou problemas relacionados à arritmia cardíaca e infecção respiratória. Internado no Recife, teve que ser transferido, posteriormente, ao Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Entrou em coma e os prognósticos médicos seriam de irreversibilidade. 

O músico Dominguinhos está em coma irreversível há um mês, de acordo com seu filho, Mauro da Silva Moraes. Dominguinhos luta contra um câncer no pulmão. Ele está internado no Hospital Sírio Libanês desde 13 de janeiro, depois de vir transferido de Recife (PE).

‘— Estou orando bastante para ter um milagre.’
O compositor foi hospitalizado em dezembro do ano passado com quadro de arritmia cardíaca e infecção respiratória e teve uma parada cardíaca em janeiro. Ele colocou um marcapasso no tempo em que esteve internado em Recife
.” (notícia reproduzida da R7 pelo www.vooz.com.br/Publicado em 15/03/2013 às 13h03 vooz)

Dominguinhos nasceu em Garanhuns, no Pernambuco, em 12 de fevereiro de 1941. Instrumentista, cantor e compositor da seara nacional, se tornou exímio sanfoneiro e, na sua estrada artística, conviveu com mestres como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira

(Dominguinhos - sanfona de ouro/foto: reprodução)

Na formação musical, influências do baião, bossa nova, choro, forró, xote e jazz “(...) interessou-se por música desde cedo, começando a se apresentar em feiras livres e portas de hotéis em troca de algum dinheiro junto com seus irmãos, com quem formava o trio Os Três Pinguins. Praticava o instrumento por horas a fio, e logo se tornou proficiente nas sanfonas de 48, 80 e 120 baixos, e acabou por tornar-se músico profissional ainda garoto.” (www.wikipédia.com.br/acesso: 18/03/2013 às 14h31)

Abri a porta/Apareci/A mais bonita/Sorriu pra mim/Naquele instante/Me convenci/O bom da vida/Vai prosseguir//Vai prosseguir/Vai dar pra lá do céu azul/Onde eu não sei/Lá onde a lei/Seja o amor/E usufruir do bem, do bom e do melhor/Seja comum/Pra qualquer um/Seja quem for//Abri a porta/Apareci/Isso é a vida/É a vida, sim." (Abri a porta - Gilberto Gil/Dominguinhos)

Em 1950, aos nove anos de idade, conheceu Luiz Gonzaga quando tocava na porta do hotel em que estava hospedado. Luiz Gonzaga se impressionou com a desenvoltura do menino e o convidou a ir ao Rio de Janeiro. Dominguinhos o fez em 1954, então com treze anos de idade, acompanhado do pai e dos irmãos, indo morar em Nilópolis. Ao encontrar-se com Luiz Gonzaga no Rio, este deu-lhe de presente uma sanfona e o integrou a sua equipe de músicos, e Dominguinhos passou a fazer shows pelo Brasil e participar de gravações.” (www.wikipedia.com.br/acesso: 18/03/2013 às 14h31)

Conceituado pelo nome que alcunhou à MPB, Dominguinhos adquiriu respeito de todo o corpo da melhor geração de cantores e compositores nacionais e dividiu palco com diversas celebridades. 

Sua reputação como músico e arranjador cresceu e ele aproximou-se de músicos do movimento bossa nova. Fez trabalhos junto a inúmeros músicos de renome, como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Elba Ramalho e Toquinho, e eventualmente acabou por consolidar uma carreira musical própria, englobando gêneros musicais diversos como bossa nova, jazz e pop." (Idem)

A música “Abri a porta”, um hit em beleza, melodia e licença poética virou febre nas rádios e rodas musicais do país na voz de A Cor do Som, banda surgida em meados de 1977. Dominguinhos também gravou sua própria obra com diferencial de estilo, a sotaque bem Brasil do nosso nordeste. 

Quanto ao carisma, tão franqueado quanto o do grupo pop. Em sua leitura o Sanfona de ouro versejou acordes de memória de sua terra e origens de formação musical, assim como A Cor do Som que trabalhou arranjo de rock psicodélico ao perfil de banda MPB e pop rock pós-tropicalista.

Herdeiro natural de Luiz Gonzaga, fato confirmado pelo próprio Rei do Baião, Dominguinhos está para nós brasileiros como orgulho nordeste, de Pernambuco, que se firmou pelo seu talento e perseverança de perpetuar a sanfona/acordeon, um dos emblemas + notáveis da cultura musical do nordeste brasileiro que hoje gerou foco de arte praticada, com suas variações naturais, em qualquer ponto do Continente brasis.

É esse homem da arte e memória, do cancioneiro nacional, que agora parece pedir passagem ao posto das estrelas. A ciência parece ter dado sinal de que o artista estaria em preparação para deixar-nos. Agora é só aguardar o tempo e a hora de sua partida, já que a partir desse momento seu destino, quem sabe, já se tenha estabelecido à decisão Divina.

Como na licença poética, talvez esteja na hora de Abrir a Porta e seguir rumo às estrelas que também “isso é a vida, é a vida sim.”

 (Dominguinhos - sanfona de ouro/foto: reprodução)

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