sábado, 1 de dezembro de 2012

FestVídeo - Lentes Atentas


 FestVídeo – Lentes Atentas
por maneco nascimento

A Semana de 26 a 30 de novembro de 2012, que abrigou o 18º. Festival de Vídeo de Teresina – Festvìdeo, na Casa da Cultura de Teresina, sempre às 18h30, foi bastante eficiente desde a seleção dos filmes escolhidos até a distribuição dos trabalhos, por noite, que concorreram ao evento. 

Temáticas diversas, temas supratuais, roteiros inteligentes e bem resolvidos e, o + importante, linguagem de cinema no universo criativo da arte do diretor e roteiro. 
Depois de dois anos sem a realização do FestVídeo, esse 2012 resgatou o Festival e, nessa edição, foram 34 exibições
. 

Comoventes, reflexivas, políticas e críticas porque a vida precisa reverberar conflitos. Quem pode acompanhar a semana de exibição ganhou uma aula de construção de cinema e vídeo e uma paixão revelada nas lentes dos criadores de histórias através dos fotogramas.

Destaques para conceitos e virtuoses de “A Noite dos Palhaços Mudos” (fic./Juliana Luccas – SP); “Garotas da Moda” (doc./Tuca Siqueira – PE; “Borboletas Delicadas” (exp./Vladymir Lima –AL); “Dique” (exp./Adalberto Oliveira – PE); “Pegadas de Zila” (exp./Valério Fonseca – RN); “Hooji” (fic./Marcello Quintella – RJ); “Uma estrela no quintal” (anim./Danielle Divardin – SP); “Ensaio Chopin” (doc./Alexandre Lino); “Irene” (fic./Patrícia Galucci).


(1o. Lugar em Animação - "Uma Estrela no Quintal"/de São Paulo)

Outras lentes nada desprezíveis, “Kotkuphi” (doc./Charles Bicclho); “O Ciclo” (anim./Maurício Ramos Marques - PR); “Case” (doc./Adalberto Oliveira - PE); “Projeto Silêncio” (fic./Bruno Caticha – SP); “Caos” (fic./Fábio Baldo – SP); “Nas Terras que o Sapo Berra” (doc./Vladymir Lima – AL); “O Poeta e a Bicicleta” (doc./Thalles Chaves); “1:21” (exp./Anamaria Sobral); “Rapanui” (anim./Valderi Veras Magalhães).

(2o. Lugar em Animação - "Bom Tempo"/de Minas Gerais)


Bom Fim” (doc./Isaac Chueke – BA); “Bom Tempo” (anim./Alexandre Dubiela - MG); “Monte Pedral” (doc./Marcley de Aquino – CE) e “Sabiá” (doc./Vladymir Lima e João L. Valente – AL); “Bib Bib” (doc./Thales Chaves); “Celebridade Anônima” (doc./Rubens Coiado Romero); “A Pé Pa Bica” (doc./Emias Oliveira da Costa)


Entre os concorrentes, os piauienses exibidos foram “Tecelagem e Cerâmica em Pedro II” (doc./Eduardo Crispim – PI); “Terceiro Passo” (exp./Dalson Carvalho – PI); “Um longo caminho pra voltar” (exp./Eduardo Crispim – PI); “Fourth Step” (doc./Dalson Carvalho - PI); “A Serra da Raquel” (doc./PI); “Campo Minado” (exp./Eduardo Crispim – PI); “Lá vem a Barra do Dia” (doc./Roberto Sabóia – PI); “O que era Fraco começou a ser Forte” (doc./Eduardo Crispim - PI).

A cidade que assistiu aos vídeos, acredito que gostou. Os promotores de vídeo da cidade, não foram muito vistos por lá, na Casa da Cultura. Como disse Douglas Machado, na abertura do FestVídeo, dia 26 de novembro, durante a Conversa sobre cinema e produção local, "em Teresina todo mundo sabe de tudo”. Então, creio eu, não há nada que por aqui se precise aprender prestigiando o filme alheio.

Os estados concorrentes demonstram, nesta edição, e em tantas outras que acompanhei, que não estão brincando de fazer cinema. Estão praticando a arte de reinventar as histórias fotografadas em movimento. E acertam bem. Sudeste, sul e nordeste deram exemplos espetaculares de sensibilidade e ação em cinema e vídeo. 

O Piauí continua recebendo muito bem os produtores de cinema e vídeo, já que bom hospitaleiro. Mas o produto local, mesmo, ou está fora da curadoria (seleção) por não atingir um nível desejável para representação, ou está só na onda de produzir seus filmetes para a família, amigos e vizinhança doméstica.

Sob a coordenação de Diego Iglesias e apoio inconteste da direção da Casa da Cultura de Teresina (Josy Brito) a cidade realizou + uma edição do FestVídeo. A comissão de seleção e premiação formada por José Wanderson Lima Torres, Alfredo Werney, Francisco Aristides Oliveira Santos Filho e José Luis Oliveira e Silva está de parabéns. O rigor à exibição valoriza a competição.

Ao completar a maioridade, o Festival de Vídeo de Teresina – FestVídeo 2012 demonstra ter encolhido +, no quesito produção local. Enquanto o Brasil amadurece nas realizações, parece que por aqui se brinca de fazer cinema. E como disse Aristides Oliveira, parece que as pessoas aqui “ainda estão fazendo cinema como na década de setenta”. 

Ou se aprende a deixar de lado a brincadeira de fazer cinema e parte para o cinema técnico e profissional, baseado em pesquisa e estudo, ou se ficará sofrendo da melancolia de decaído por achar-se preterido das ordens de produção e exibição que se precisa praticar para crescer crítico e reflexivo.

O 18º. FestVídeo fez seu papel. A 18ª. Edição é prova de que vem cumprindo sua parte, agora só falta o piauiense sair da merencória de rejeitado e sujar as mãos de cinema.

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