sexta-feira, 18 de maio de 2012

A pizza desandou?!?


A pizza desandou?!?
por maneco nascimento

Parece que a última fronteira de informação, comunicação e defesa social serão as novas tecnologias. Hoje, a falta de flagrante policial e de segurança pública, dada pelo desaparelhamento e sucateada infra estrutura do trabalho oficial, estão sendo compensadas pelos recursos das novas tecnologias de acesso + abrangentes.

Com um aparelho de celular, em suas diversas mídias embutidas, por exemplo, essas tecnologias tornaram-se a grande arma social. Servem de proteção, aliadas aos grandes médias, responsáveis pelos fluxos comunicacionais e de serviço de utilidade pública e de negócios. Bem usadas, uma proteção, mal utilizadas, uma armadilha.

Uma imagem de celular, ou de uma câmera de circuito fechado determinam testemunho de crimes cometidos e, rapidamente, ganham as redes sociais, nas novíssimas comunicações eficientizadas, e servem de pautas à imprensa aberta de televisão também.

Quando se fala dos conteúdos informacionais no mundo da convergência tecnológica, sempre se questiona para que se finalizam e quem detém a informação e sob que interesses esses fluxos comunicacionais e de negócios seriam aplicados para padrões de produção nacional.

Esse produto industrializado seria todo forjado para acessibilidades direcionais e impositivas de padrão de consumo. E, nesse domínio de distribuição de conteúdos produzidos pelos conglomerados da comunicação, sobraria canal de discussão e abertura ao diverso do conteúdo cultural e participativo, fora do muito importado e pasteurizado para consumo de massa.

(...) tema bastante interessante e auspicioso diz respeito à cultura e indústria do entretenimento para plataformas móveis integradas por celulares, palms, Ipods, etc. Trabalhando com a convergência de mídias, esses equipamentos multisserviço tornam-se ‘cross mídia’- uma nova mídia integradora que surge pelo desenvolvimento geral das redes de telecomunicações móveis e da indústria de conteúdos digitais. Os conteúdos para cross mídia são, igualmente, percebidos como um dos mais importantes vetores do futuro da indústria do entretenimento e da sociedade da informação.” (Filho, André Barbosa. Conteúdos Digitais, Comunicação e Inovação:... IN Produção de conteúdo nacional para mídias digitais. Brasília: Secretaria de Assuntos Estratégicos, 2011. 216p.)

Do conteúdo nacional distribuído, via canais de comunicação de massa, a imprensa tem seu papel fundamental de utilidade pública, mesmo que às vezes aplicado através do “gate skeeper”, por exemplo. Porém imprensa nacional presente, para idiossincrasias e até agenda esquentada, mas trazida uma informação. A imprensa está lá, com seus critérios teóricos de isenção e objetividade, compondo seu papel social.

Aliada às novas mídias e “’handsets’, dispositivos que cabem na palma da mão, como Palms, celulares, Iphones.” (Idem), a imprensa acaba realizando o salto do macaco nascido no vale do silício. Ela informa, questiona, aponta, flagra, denuncia, determina o fluxo de informações antes impensáveis, com a rapidez com que chega a um número expressivo e em caráter instantâneo.

Há quem queira a imprensa livre, morta. E quando esta recebe apoio, flagrante e de furo de reportagem, de um telefone celular em sua mensagem camarada ao companheiro de acordos políticos, então esta velha imprensa abre um novo dia, mesmo que combatido pelos ofendidos.
(foto folhapress/divulgação)

Mensagem que sugere blindagem do governador do Rio foi enviada pelo celular do deputado do PT durante a CPI do Cachoeira; reportagem do SBT flagrou; ‘troca de mensagens entre eu e o Cabral num momento de irritação’, explicou Vaccarezza” (brasil247.com/Poder/18 de Maio de 2012 às 14:09)

Quem disse que esse bichinho, interativo das caldeiras do silício, não pode ser uma arma perigosa?

247 - O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), expôs, sem querer, nesta quinta-feira 17, a tão falada blindagem dos governadores na CPI do Cachoeira (...) ‘A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe você é nosso e nós somos teu’, escrevia Vaccarezza, sem saber que a câmera do SBT enquadrava seu telefone celular. Nesta quinta-feira, a CPI mista aprovou várias convocações, mas não pôs em votação os requerimentos que pedem as convocações dos governadores Cabral, do Rio, Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, e Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, citados nas investigações da Polícia Federal sobre o esquema de Cachoeira.” (brasil247.com/Poder/18 de Maio de 2012 às 14:09)

Dos conteúdos nacionais produzidos pela indústria da mídia no Brasil, os que passam pela imprensa detêm fogo de quarto poder. As diversas tentativas, nos últimos anos, em amordaçá-la, ainda não obtiveram logro. As forças políticas que transformam as notícias em “marolas” ainda não ganharam essa manobra.

Bendita câmera do jornalista perspicaz que pescou aquiecências e blindados cuidados com o amigo em circunstâncias de irritação e stress à força da possibilidade do requerido pedido de convocação a depor na Casa de massas do PTismo matreiro. A massa teria azedado depois dessa fuga do segredo à imprensa?

Sua excelência, o Vaccarezza, teria dados com os bois na água do Cachoeira? E nosotros teremos ou não um destino diferente das pizzas fabricadas em passado tão recente da política nacional?

O ‘cross mídia’ fez seu papel e a imprensa continua monitorando a água suja. De resto, só o tempo guarda a resposta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário