sábado, 19 de maio de 2012

Dança e unidade


Dança e unidade
por maneco nascimento

O Theatro 4 de Setembro recebeu na noite do dia 18 de maio de 2012, a partir das 20 horas, o "I Festival da Unidade" que reuniu as práxis de dança de Beth Bátalli Cia. de Dança e do Projeto Infanto Juvenil pela Unidade, coordenado por Francisca Araújo, da região do bairro Cristo Rei

 (arte I Festival da Unidade/ divulgação)

Da Beth Bátalli Cia. de Dança, o resultado demonstrado foi “Pixel”, numa amostragem de coreografias do contemporâneo variável à pesquisa ao urbano e o popular, dividido em três atos. A iniciativa do Projeto Infanto Juvenil pela Unidade partiu de exercício escolar iniciático de balé clássico e algum sinal em busca de popular.

Do recorte da coreógrafa Beth Bátalli a cidade já detém alguma experiência de ato demonstrado. Seu corpo de baile tem uma vontade expressa em dançar e repercute as lições apresentadas em estúdio. Coreografias que se delineiam pela pesquisa de gestos e movimento, inquietações de vida e cotidiano, surtem o efeito da intenção de desenhos corporais.

A pesquisa para o popular consegue uma graciosidade + natural e menos afobada que o “mètier” de contemporâneo apresentado. Há a técnica nas duas propostas, talvez a liberdade no espelho da pesquisa popular desengesse o simétrico movimento que parece redomado à linguística do contemporâneo visto.

Mas sua defesa, em dança, aparece no coletivo dos intérpretes que se encontram na cena e na vivência de seu aprendizado. Há, no corpo de baile da Beth Bátalli Cia. de Dança, uma juventude em busca de seu futuro e isso é o + positivo para as cênicas da cidade.

Os resultados do Projeto Infanto Juvenil pela Unidade atraíram interesse e atenção dos pais e amigos das imberbes bailarinas, treinadas pela professora Sandra Araújo. A sensação que se tem, ao assistir as coreografias copiadas de temas apresentados em grande escala na indústria da dança clássica, é de desespero e constrangimento.

A pedagogia de clássico repassada em sala de aula nunca tem finalização no apresentado. Percebe-se nas crianças um esforço cansado do exercício repetido em busca do acerto. Não há pedagogia de entrada de cena, nem de saída. As aspirantes a bailarinas parecem nunca saber se já é hora de sair, quando já foram jogadas na cena.

As falhas e dessincronias das criancinhas, no desenredo do coletivo tornado público, criam uma comoção que passa pelo risível, mas com respeito de entender a crença das infantes que estão convencidas de que prontas para a cena. Se os erros fossem marcas, estaria recriado um novo padrão à reinvenção da marca do clássico ao assimétrico da criação.

uma vida pulsando, nas boas intenções das estudantes da professora Sandra Araújo, em compor um movimento de dança clássico. Ao público que observa, sem as paixões familiares ou orgulho dos parentes das crianças, algum desconforto se instala. Não se sabe quem está enganada, se as crianças ou a professora de balé clássico do Projeto Infanto Juvenil pela Unidade.

Talvez houvesse uma necessidade de fazer entender as coordenadoras/professoras desse Projeto, que urge que seja contratado (a) um (a) profissional de balé clássico, um (a) criador(a)-coreógrafo(a) para que se possa ver resultados melhor finalizados e público + satisfeito com marcas da técnica ao balé clássico.

Para essa primeira versão de "I Festival da Unidade" faltou uma sincronia de unidade de 100% para fechar o evento de técnica, finalidade pública, estética e ato criativo

O público pagante que concorreu ao Theatro 4 de Setembro, àquela noite, merece maior respeito à confiança depositada no espetáculo divulgado.

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