sexta-feira, 16 de março de 2012

O que for, será.


O que for, será.
por maneco nascimento

Este tipo de talento é misterioso. Em Salém ela teria sido queimada como bruxa.” (Alan Pakula sobre Meryl Streep numa entrevista ao New York Post In THAIN, Andrea. Meryl Streep – seus filmes, sua vida. Tradução de Gilza Martins Saldanha da Gama. Ediouro, 1992. Capítulo 11: A escolha de Sofia. pag. 121)

O comentário é de Alan J. Pakula, roteirista e diretor do filme “A escolha de Sofia”, com o qual Meryl recebeu seu segundo Oscar, dessa vez como melhor atriz, e define bem o perfil dessa vencedora e perfeccionista atriz americana que em 2012, enfim, recebeu sua terceira estatueta, a segunda como melhor atriz por composição para “A Dama de Ferro”, baseada na vida da primeira ministra britânica Margaret Thatcher.

Mary Louise Streep nasceu em Summit, em 22 de junho de 1949. Mais conhecida como Meryl Streep, a atriz norte americana é recordista em indicações/nomeações ao Oscar da Academia. Com dezessete indicações ao Oscar, venceu três vezes. Ao Globo de Ouro/Golden Globe Awards, teve 26 indicações e levou para casa oito prêmios. (www.wikipédia.com.br, a enciclopédia livre/acesso: 16/03/2012, às 15h10m)
 
(divina meryl streep/foto colhida da wikipédia)

O Oscar de melhor atriz é um prêmio oferecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas às atrizes que trabalham na indústria cinematográfica e são consideradas as melhores de cada ano. As indicações são feitas pelos membros da Academia, que são atores ou atrizes. (Idem)

Ao lado de Barbra Streisand, Jane Fonda, Sissy Spacek, Sally Field, Jessica Lange, Kathleen Turner e Goldie Hawn, ela pertence ao grupo das mulheres de Hollywood que apenas com seus nomes conferem credibilidade a qualquer roteiro.” Esse é texto de livro traduzido para o Brasil há 20 anos e que originalmente, em alemão, tem o título “Meryl Streep Hollywoods Neuses Gesicht, de 1987, por Wilhelm Heyne Verlag GmbH & Co. KG (THAIN, Andrea. Meryl Streep – seus filmes, sua vida. Tradução de Gilza Martins Saldanha da Gama. Ediouro, 1992. pag. 9)

Quem nunca viu uma atuação de Meryl, com certeza ficou adormecido, pelo menos, durante os últimos trinta anos. A cinematografia mundial comprova seu talento e roteiros selecionados. José Possi, diretor brasileiro de teatro, teria dito, abre aspas: Meryl Streep e Glen Close são perfeitinhas demais, fecha aspas.

Discordando do diretor brasileiro, o resto do mundo não parece achar nada anormal ser perfeito para a arte de interpretar. As indicações e prêmios a legitimam como grande atriz e a indústria americana do cinema garante o julgamento.
 (a bela meryl streep/foto de jack mitchell, colhida da wikipédia)

Duas vezes oscarizada como melhor atriz (“Sophie’s Choice”, 1983/”The Iron Lady”, 2012) e uma vez como melhor atriz coadjuvante, ao lado de Dustin Hoffman, emKramer vs. Kramer” (1980).

Com roteiro e direção de Robert Benton, a partir de romance homônimo de Avery Corman, a moça não deixou barato em “Kramer vs. Kramer”. A cena em que a mãe escolhe qual dos filhos deve morrer, causa uma impotência no espectador que é ao mesmo tempo sutil, extremamente difícil e reveladoramente extraordinária e mágica e de uma derrota redentora, porque um dos filhos escapa da morte.

Kramer vs. Kramer é um dos poucos filmes que encontraram seu tom, seu tema e sua poesia desde o começo. Na primeira cena vemos em primeiro plano uma daquelas mulheres marcadas pela dor, cujo rosto está mergulhado na escuridão. O close é tão fechado que o espectador anseia por um pouco de alívio que, porém, nunca chega.Frank Rich. Time, 03 de dezembro de 1979 In THAIN, Andrea. Meryl Streep – seus filmes, sua vida. Tradução de Gilza Martins Saldanha da Gama. Ediouro, 1992. Capítulo 7: Kramer vs. Kramer. pag. 71)

Como ator amador e observador arguto de interpretações e construção da personagem, tenho visto tudo que é possível ver não só dessa atriz, como de qualquer outra grande atriz ou ator, seja da indústria de cinema americana, européia, brasileira, entre tantas outras virtuoses da telona.

E digo, ela não é o diabo, mas se precisar investir na personagem, com certeza saberia como fazer. Gosto da sua perfeição e de sua economia de composição e da explosão silenciosa que caracteriza as mulheres fortes que interpretou no cinema, qual a silente atomização do big bang, que a nós mortais só reverbera faíscas de quinze bilhões de anos expandidos.

Para quem pensa que só drama a alcançou com todo o talento, videA Morte lhe Cai Bem” (1993), de humor refinado e crítico cáustico acerca de relacionamentos amorosos, ouMamma Mia!” (2009), em que, além de divertido, o filme mostra-a como excelente cantora de musical, aliás, ela começou em musicais, em seu início de descoberta da profissão de atriz, na vida escolar.

Em 2009, a atriz foi eleita a 48ª. mulher mais poderosa do mundo do entretenimento, segundo o Hollywood Reporter. Possuidora de uma estrela na Calçada da Fama, localizada em 7020 Holllywood Boulevard. (www.wikipedia.com.br a enciclopédia livre/acesso 16/03/2012, às 15h10m)

Quando encerrou os compromissos deA escolha de Sofia”, já aguardada à próxima empreitada, o filme Silkwood – Retrato de uma coragem” (em português), o diretor Mike Nichols teria dito, para dissuadi-la do temor de não estar preparada para viver a personagem real Karen Silkwood:Aqui estão pessoas que vivem numa espécie de cochilo esperando que você as acorde.” (THAIN, Andrea. Meryl Streep – seus filmes, sua vida. Tradução de Gilza Martins Saldanha da Gama. Ediouro, 1992. Capítulo 12: Silkwood, retrato de uma coragem. pag. 145)
 (meryl streep em "A Dama de Ferro"/foto colhida da wikipédia)

"A Dama de Ferro" (no original, The Iron Lady), filme franco-britânico, gênero drama e biografia, dirigido por Phyllida Lloyd e baseado na vida de Margaret Thatcher deu à atriz o triunfo de terceiro Oscar, algo que a Academia teimava em não confirmar. Segundo a lenda hollywoodiana não acenariam + de dois Oscars para mesmo(a) intérprete.

Tiveram, os atores e diretores associados da Academia, que render-se à composição original de personagem real, por ato de Meryl. Pelo histórico de Hollywood, quase sempre se confirma o prêmio a artista que homenageia personagem real através de sua arte.

E, como o que for, sempre será, Meryl Streep levou + essa e o mérito é todo seu.

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