quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

“Eclampse!?!”


“Eclampse!?!”
por maneco nascimento

Da ciência médica e obstétrica tem-se que a pré-eclampsia, conhecida por toxemia gravídica, seria problema que acomete algumas mulheres durante a gravidez. Ocorreria a partir do quinto mês, com + freqüência durante a primeira gravidez em mulher com histórico de mães, ou irmãs que tiveram o agravo da saúde. (guiainfantil.com/ eclampsia/345-pre-eclampsia-e-eclampsia-na-gravidez.html -)

De causas ainda desconhecidas, muitas teorias relacionam o problema a fatores genéticos, alimentares, vasculares, neurológicos, etc, mas nenhuma delas chegou a confirmar-se. Normalmente a pré-eclampsia se reconhece pela hipertensão arterial, aumento de peso e proteínas na urina. (Idem)

Já a eclampsia trata-se de uma toxemia gravídica com convulsões, um quadro + agravado da pré-eclampsia. A mulher grávida apresenta os sintomas da pré-eclampsia e chega a ter convulsões e outras reações mais preocupantes para ela e para o bebê esperado. A mortalidade materna, no Brasil, é uma das piores do mundo. 75% das mortes por hipertensão na gravidez têm como causa a pré-eclampsia e a eclampsia. (Idem)

Agora, quando se sai da ciência e prevenção da maternidade e se entra em fenômenos metereológicos, a ordem ainda será ciência e o tema eclipse.
(fases da lua/imagem colhida da wikipédia)

O eclipse lunar ocorre sempre durante a fase da Lua cheia, pois ela precisa estar atrás da Terra, do ponto de vista de um observador no Sol. Como o plano da órbita da Lua está inclinado 5° em relação ao plano da órbita que a Terra realiza ao redor do Sol, nem todas as fases de Lua cheia levam a ocorrência do eclipse. (Wikipédia, a enciclopédia livre/acesso: 25/01/12, às 12h25m)
 (lua cheia/imagem colhida da wikipédia)

O eclipse ocorre sempre que a fase de Lua cheia coincide com a passagem da Lua pelo plano da órbita da Terra. Este ponto onde a órbita da Lua se encontra com o plano da órbita da Terra chama-se nodo orbital. O nodo pode ser classificado como ascendente ou descendente, de acordo com a direção que a lua cruza o plano. (wiki)

Outros fenômenos também se manifestam em ações lingüísticas, maternidade, sinais metereológicos e por entre a indústria do cinema, mass media, entretenimento e lazer. O cinema inventou uma caixinha de “surpresa” e lucro, o fenômeno “vampire teen” (“crepúsculo”, “new moon”- a saga crepúsculo: lua nova, “eclipse”, “amanhecer”, etc).
(saga crepúsculo:lua nova/imagem colhida da wikipédia)

O teatro local apropriou-se dessa febre juvenil e incursionou em paródia para teatro. Em seguida, registrou ao cinema doméstico a experiência muito bem aceita pelo público infanto-juvenil de Teresina.

Da prática da cena, em tablado, para a tecnologia de cinema, a Tribo de Teatro (Franklin Pires) assumiu o exercício da paródia num inteligente e comercial produto para o público do gargarejo direcional. Colheu frutos e tem rendido boas risadas a quem concorre a “fenômenos” com textos, roteiro, direção do próprio Pires.

Dos filmes americanos, dirigidos por Chris Weitz, o dramaturgo piauiense parodiou "crepúsculo" e "eclipse". Em 2011 viu-se "corpúsculo" ( teatro e cinema). Ainda ano passado, a peça “eclampseganhou vida e também transmutou-se em montagem homônima à telona. Estreou dia 20 de janeiro de 2012, às 17h e 19h, na Sala Torquato Neto.
(elenco de eclampse/foto divulgação)

Paródias americanas de cinema não são novidades, vide “Todo mundo em pânico”, “Espartalhões”, etc. Para a saga de vampiros juvenis americana, Jason Fredberg & Aaron Seltzer mataram de rir o público afinado emVampires Suck”, que no Brasil recebe tradução deOs vampiros que se Mordam”.

A estética da paródia americana ganha forma e corpo aproximado no resultado da Tribo de Teatro. O sotaque local, trejeitos e máscaras carregam-se a partir da maquiagem bem desenvolta na paródia original. Já dizia Lavoisier que na natureza, nada se cria, tudo se transforma. Franklin Pires consegue uma boa transformação.

As iniciativas ao novo teatro e à experimentação de cinema local têm méritos. O texto é risível. O enredo de roteiro é útil e inteligente e o elenco tem desempenho satisfatório. F. Pires atualiza a piada que orbita na realidade de Teresina, fica contextual e gera identidade imediata a quem assiste a seus laboratórios do riso e do entretenimento.

Eclampse!?!”, ainda em cartaz na Sala Torquato Neto, é uma boa pedida para quem só quer rir e confirmar projeto da Tribo de Teatro que tem lugar ao sol ou à lua, seja eclipsado ou não. Na órbita de sobrevivência impõe-se em dias comuns para lobisomens e vampiros disfarçados de boa gente na cidade que não tem mais fim.

Não há hipertensão que gere uma eclampsia, o popular eclampse, como “causa mortis” desse projeto do entreter local. A lua é boa para investimentos e o público engravidou-se sem convulsões, ou qualquer outra reação negativa.

Bid Lima/Bela Suína (Bella Swuan), Franklin Pires/Eduardo Cualém (Edward Cullen) e Luciano Brandão/ Jacob Pink (Jacob Black) formam o triângulo amoroso da mocinha, o vampiro e o lobisomem. Não estragam-se no desempenho histriônico, são mote para os colegas atores com quem contracenam e conspiram para que não falhe a estratégia.

“Eclampse!?!
", o filme, um gracejo necessário e não há eclipse que o desmanche. O que há na cidade é uma iniciativa de desmanche da velha prática cênica e um cinema alternativo feito por uma juventude “furiosa” e agressivamente irônica. A cidade está grávida à arte, sem eclampsia, que se estabelece por si mesma.

Fonte/pesquisa: *guiainfantil.com
                           *wikipédia, a enciclopédia livre
               

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