segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Teatro de Títeres


 Teatro de Títeres
por maneco nascimento

Em sua política de aproximar não só línguas de mesmo tronco lingüístico, mas também linguagens diversas do ato de teatro produzido aqui e alhures, o Festival de Teatro Lusófono – FESTLUSO ganhou público para todas as idades ao confirmar João Andirá, de Curitiba, no Paraná, e seu fabuloso teatro de marionetes, títeres e outras vidas animadas.
Com “Antenor e o Boizinho Voador”, João Andirá possibilitou à cidade de Teresina uma aula de prazeres elementados na fantasia, no lúdico e uma nova ânima à assistência enlevada com a mágica simples e duradoura na memória de quem conviveu com os bonecos de sopro de vida alegre e riqueza de emoções transferidas do artista/manipulador para seres (in)animados.

Com apresentações realizadas, dia 25 de agosto de 2011, às 21 horas, no Theatro 4 de Setembro e dia 27 de agosto de 2011, às 18h30m, no palco do Teatro Municipal João Paulo II, “Antenor e o Boizinho Voadorganhou asas da imaginação e contagiou todas as almas em expectativas livres de envolver-se no mundo encantado de títeres.
 (João Andirá: em desmanche de "o vivo carregando o 'morto'"/foto: divulgação)

Uma tenda comum; um vivo carregando o “morto” em as duas efígies do teatro; uma caixa de surpresas de onde surge a vida de encantos; um ator-contador de histórias que reinventa interações e “linka” a empatia do público ao aparelho de simplificadas magias à caixa cênica, terreno dos manipulados, e a polifonia das vidas ensejadas ao fantástico proposto.

A arte popular de mamulengos e títeres parece ter melhor sustentação no gesto apaixonado de quem domina a técnica. João Andirá e seu ofício andejam pela brincadeira com uma segurança invejável e para cada personagem trazida à cena, uma graça particular e um desejo incontido de sempre quebrar a quarta barreira da marca tradicional. Mérito alcançado, aparentemente, sem esforço.
Um menino sonhador que deseja ter seu boi voador; uma mãe quase gigante de amor para o filho e suas fantasias; um boizinho com decisões próprias, mas solidário com a fé fantasiosa de seu dono; um avô paciente; um macaco zuadento e esperto; pássaros falantes; desertos e rios desconhecidos e uma boa dose de mágica imaginação traduzem a fórmula muito eficaz por onde traqueja João Andirá.

As imagens e o texto popular enredam crianças e adultos para memórias inesquecíveis e risíveis do encantado mundo de  linguagens e falas para pequenos. “Antenor e o Boizinho Voador” segue uma linha tradicional da técnica de manipulação com interação direta com o manipulador em corpo e alma mimetizados.

Uma aula prática de eficiência e paixão pela arte de convencer que poderia ser melhor absorvida, com maior afã de integração, pelos profissionais específicos locais e ou artistas da cena de modo geral.

Quem perdeu as duas apresentações de João Andirá e seuAntenor e o Boizinho Voadorfica-se a dever nova oportunidade de aprender a aprender exercício prático e de beleza simplificada, doado por ator e sua metodologia coletivizados.

Parabéns ao FESTLUSO por flexibilizar oportunidades de encontros que integram culturas e línguas, linguagens e atos de cena diversos e deixam memoráveis alegrias em quem divide sua identidade artística com a cidade.

Evoé, aos artistas que levam consigo lembranças dos melhores ecos por cá repercutidos, as respostas do público presente ao Festival de Teatro Lusófono, e deixam na terra um pouco da diversidade de suas representações.


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