domingo, 15 de maio de 2011

Talento é ciência


por maneco nascimento

Ciência é vantagem. Elemental e de razão diversa. Com todas as vantagens e aplicações culturais dadas aos sinais de fé, por exemplo, há aqueles que se confirmam e outros que não necessariamente recebem testemunho de confirmação.

Dessa forma, nem tudo pode ser obra do espírito santo. Há seus sinais, mas há outros que devem ser atribuídos à própria fé humana na razão, na ciência e no labor ao conhecimento aplicado.

Talento é inato, sim. As projeções desse talento podem também ser redefinidas e reincorpadas ao + talento que caminhe pelo científico. É assim em qualquer manifestação de prática humana, de confirmação da própria ordem de identidade e fator social     à posteridade de história e memória.

Logo, ninguém nasce feito, está óbvio. O moderno da era primitiva ganhou novas roupagens no moderno do mundo contemporâneo e por ai vai-se humanidade descarteana. Também não cai do céu, pronto para varejo, o conhecimento humano. Muitas inquietações e dúvidas transformam sombras em luz, depois de muito quebra-cabeça desvendado.

O mundo acadêmico é feito de doutores, mestres, aprendizes e colaboradores. Todos, em algum momento, se esbarram para confrontos, medidas, estranhezas, aceitação e negação de conhecimento, quer + interativado, ou não.

 Da máxima socratiana “sei que nada sei”, + construtivista que muitos comportamentos verticais de ensino-aprendizagem ainda praticado nesse mundo contemporâneo, há quem verticalmente precise manter-se distanciado do aprendiz, por fazer-se compreender degrau acima em conhecedor do conhecimento.

O douto vertical debate-se à própria vaidade sufocante. Aprendiz, o nome já vende, representa a própria condição de fome de saber algo de alguém que aprendeu antes, que está na ponta do conhecimento, pois mais curioso, ou com melhores oportunidades. A ciência é de natureza humana, teoricamente também solidária pelo menos para efeito de continuidade científica e sociológica.

Então quem é mestre ou doutor não precisa verticalizar relações, especialmente acadêmicas, porque ninguém tira espaço de ninguém. As hierarquias existem naturalmente em quaisquer culturas, só não precisam invisibilizar relações + iguais. Conhecimento é obra de esforço, de dedicação, disciplina e muitas horas de estudos laboriosos.

Ciência do tangível e intangível, o conhecimento pode ser moeda de melhores trocas, de maiores interações e quando de aplicação + humana planar na órbita da vontade de compartilhamento desinteressado. Ciência em talento direcionado, do aprender a aprender, do ensinar aprendendo.

+ Sábios, geniais ou brilhantes, ainda mortais. Voltam ao mesmo átomo comum, mesmo pó nivelador da fogueira das vaidades. Então em sendo + sabido, quem sabe + generoso? Porque conhecimento não é lei divina, é prática humana. Não é para humilhar, nem separar e muito menos criar barreiras intransponíveis de comunicação.

Quem conhece, sabe. Quem sabe é dono do seu conhecimento e pode trocar experiência com o de outrem, parceiro de ciência aplicada. Então que se seja melhor “macaco” porque de cavernas e sombras já se avançou muito. Saltar para trás nem o homem caranguejo que sempre desliza à sobrevivência a sua frente.

Talento é ciência, ciência é humana e humanidade é divina, mesmo que reservada a voltar à origem, do pó ao pó. Conhecimento nunca foi cegueira. O que tem cegado a humanidade é o temor de perder espaço. Ninguém toma espaço de ninguém.

Não se abre mão do que se tem como domínio próprio, ainda que tomado. Mesmo no mito, mais humano só conhecendo a si próprio para aprender a dividir o conhecimento que é livre como partículas da matéria que compõem também o invisível. 

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