quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ENTRE IGUAIS

por maneco nascimento
Se nos quiséssemos fechar em um grande exemplo da literatura dramática brasileiro, o pai do modernismo teatral das cenas renovadas, Nelson Rodrigues, diríamos, fazendo nossas as suas palavras que, toda unanimidade é burra.



Toda civilização e sociedade que se formou e firmou à posteridade fez-se entre o sim e o não. O aceitar e o discordar, porque os resultados podem ser confirmados nas igualdades e, também, nas diferenças.

Costumamos acreditar que o que tem refrescado a humanidade ao longo das representações sociais é a arte a e a cultura manifestadas. Os números, a matemática, a física e a quântica, a biologia, a química, mas também a alquimia, o lúdico, a fantasia...

e todo o direito do homem(genérico) de recriar seu próprio espírito são sujeito e objeto das melhores liberdades de questionar, especular e descobrir os feitos e efeitos de confirmação do conhecimento.

Entre o real e a realidade, o sonho e a descoberta do gelo na lua, há a civilidade que salta do primitivo ao super novo, representante das novas sociedades e sua ciência reinventada.

A arte e a cultura estão no seio da sociedade porque a sociedade não se construiu sem o eu e o outro, sem a minha e a sua história. Sem que se ouça o outro, sem que minha fala exista, porque a fala do outro também encontrou seu turno de se representar.

Não devemos estar, em quaisquer circunstâncias, para nos impormos sobre os preceitos, conceitos e razões, pois que tudo deve ser contemporizado.

Dividimos vivência social por, em tese, acreditarmos que podemos na inteligência, na humildade, na ética das relações saudáveis e no compromisso humano somarmos interesses.

Interesses esses que paginam a arte e a cultura da vida da cidade de Teresina e do Estado, mas também de qualquer cidade, estado ou nação e, através desses, representamos também o fator cultural. Mesmo que não possamos ser consenso, que sejamos bom senso e apostemos mais no coletivo.

Exercitemos perspectivas que preservem os espaços e projetos comuns conquistados e somem novos propósitos que conservem a Cidade e o Estado que queremos.

Em nosso solo identitário se fazem presentes e se confirmam as fronteiras abertas e representativas do diverso, matizes culturais produzidos. Nomes, rostos e sujeitos construídos aos feitos sociais.

Confirmar que acreditamos no novo é, não só, porque nos renovamos em cada piscar de olhos, mas porque é da natureza humana ser curioso, mas no curioso, diverso e aberto ao que em princípio possamos negar, pela resistência natural de recusar o que nos pareça diferente do habitual e contumaz.

Nos devemos ser mais humanos, colaboradores e, especialmente, responsáveis pelo que possamos produzir, investir e representar em nossa própria história, memória e identidade que reafirmem  uma melhor sociedade, para estarmos entre iguais.

Mas, sem desprezarmos nossas memórias socioculturais, vivemos o momento de confirmar que nada existe sem que haja a participação do outro, mesmo e, especialmente, os que discordem do que quer que seja.

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